“A França participará na cimeira a não ser que haja uma ofensiva militar em Idlib. Consideraremos nesse caso não estarem reunidas as condições para que a cimeira se realize”, disse o Eliseu, pouco depois do anúncio do encontro que deve reunir, a 27 de outubro em Istambul, os presidentes turco, Recep Tayyip Erdogan, russo, Vladimir Putin, e a chanceler alemã, Angela Merkel, além do presidente francês.

Segundo a presidência turca, a cimeira discutirá nomeadamente a situação em Idlib, último grande bastião da oposição na Síria, e “o processo político” para resolver o conflito que devasta o país desde 2011.

A Rússia, aliada do presidente sírio, Bashar al-Assad, e a Turquia, que apoia rebeldes, assinaram a 17 de setembro um acordo sobre a criação de uma zona desmilitarizada para separar os territórios dos insurgentes em Idlib dos setores vizinhos controlados por Damasco, mas a sua aplicação continua incerta.

O prazo para a criação desta “zona-tampão” terminou na segunda-feira sem que tenham sido respeitadas no terreno algumas das disposições do acordo. Moscovo e Ancara deram um novo prazo aos ‘jihadistas’ da província de Idlib para abandonarem a zona desmilitarizada.

“A prioridade da França é apoiar o cessar-fogo na província de Idlib, para evitar uma catástrofe humanitária e uma nova vaga de refugiados, e o lançamento efetivo de um processo político inclusivo”, indicou uma fonte da presidência francesa.

O acordo russo-turco foi assinado para evitar uma ofensiva do regime de Bashar al-Assad ao último grande bastião rebelde sírio, cujos potenciais efeitos catastróficos para a população civil preocupa a comunidade internacional.

Em Berlim, uma porta-voz de Merkel, Martina Fietz, confirmou a realização da cimeira a quatro.

Além da situação de Idlib, a porta-voz disse que será discutida na cimeira “a continuação do processo político, sob égide da ONU, em particular o início dos trabalhos de uma comissão sobre a Constituição”.

Segundo Fietz, Merkel “quer (…) trabalhar num processo de estabilização da Síria e vê na Rússia, enquanto aliado do regime de Assad, um parceiro que têm uma responsabilidade particular”.

O Kremlin também confirmou, num comunicado, a presença de Putin na cimeira, precisando que as discussões serão sobre o modo “de fazer avançar o processo político na Síria, assim como sobre outras medidas suscetíveis de reforçar a segurança e a estabilidade e de criar as condições propícias ao regresso dos refugiados”

A guerra da Síria já matou mais de 360.000 pessoas e obrigou milhões a abandonarem as suas casas.