Num encontro à margem de uma cimeira dedicada à Síria, hoje a decorrer em Istambul (Turquia), o Presidente francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, tentaram atenuar um recente diferendo relacionado com a venda de armas ao regime de Riade.

Na sexta-feira, em Bratislava (Eslováquia), Macron considerou “pura demagogia” promover um embargo da venda de armas à Arábia Saudita na sequência do assassínio de Jamal Khashoggi.

As declarações de Macron surgiram depois de a Alemanha ter anunciado, na segunda-feira, a suspensão da venda de armas e de ter apelado para um embargo europeu.

Merkel reiterou a posição de Berlim na sexta-feira, confirmando que a suspensão estará em vigor até que o assassínio do jornalista esteja completamente esclarecido.

Na quinta-feira, o Parlamento Europeu (PE) também instou os Estados-membros a imporem um embargo de armas à Arábia Saudita, bem como pediu uma investigação internacional independente e imparcial.

Os dois líderes “tiveram uma troca de impressões serena sobre o assunto”, disse hoje o Eliseu (sede da Presidência francesa), acrescentando que “numa próxima tomada de posição” Paris e Berlim não irão anunciar nada “sem antes coordenar inicialmente, a nível europeu”.

A Arábia Saudita é um dos principais clientes de França em matéria de armamento. Além de França, outros 14 Estados-membros — Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Holanda, Itália, Polónia, Reino Unido, República Checa, Roménia e Suécia – venderam armas à Arábia Saudita em 2016, segundo um relatório de fevereiro.

Jamal Khashoggi, jornalista saudita crítico do regime, foi morto a 02 de outubro no consulado saudita em Istambul, na Turquia.

A Arábia Saudita começou por assegurar que o jornalista tinha saído do consulado vivo, mas depois mudou de versão e admitiu que ele foi morto na representação diplomática numa luta que correu mal.

Segundo a investigação turca, Khashoggi foi morto por um esquadrão de agentes sauditas que viajaram para Istambul com esse fim.

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