Num comunicado divulgada no sábado à noite, o Palácio do Eliseu classificou a aprovação da resolução como "uma primeira etapa indispensável", antes de anunciar que Emmanuel Macron e Angela Merkel vão hoje manter conversações com o Presidente russo, Vladimir Putin, sobre "a implementação desta resolução e sobre o caminho político necessário para alcançar uma paz duradoura na Síria".
"Estaremos nas próximas horas e dias extremamente vigilantes sobre a sua implementação concreta", adverte o Eliseu, sublinhando que a trégua "deve ser respeitada" e que "os comboios humanitários devem poder chegar sem demora às localidades mais afetados pela violência e pela escassez" e que "as evacuações médicas de emergência devem ser implementadas sem impedimentos".
Os 15 membros do Conselho de Segurança da ONU aprovaram no sábado por unanimidade uma resolução que prevê um cessar-fogo humanitário de um mês na Síria.
Após intensas negociações, nomeadamente com a Rússia (aliado tradicional da Síria), a votação da resolução foi realizada cerca de duas horas mais tarde do que estava inicialmente prevista. Inicialmente, a votação estava agendada para sábado às 17:00 (hora de Lisboa).
O texto adotado “exige que todas as partes cessem as hostilidades sem demora pelo menos durante 30 dias consecutivos na Síria para uma pausa humanitária duradoura”.
O objetivo, segundo a resolução elaborada pelo Kuwait e pela Suécia, é “permitir a entrega regular de ajuda humanitária, serviços e a retirada de doentes e de feridos mais graves”.
“Não é um acordo de paz para a Síria, o texto é puramente humanitário", disse o embaixador da Suécia junto da ONU, Olof Skoog, co-signatário do texto com o seu homólogo do Kuwait.
Nas negociações, os países ocidentais recusaram o pedido de Moscovo para que qualquer coluna de ajuda humanitária tivesse uma autorização prévia por parte de Damasco.
A exclusão do cessar-fogo das zonas em que estão a ser travados combates contra grupos ‘jihadistas’, como o grupo extremista Estado Islâmico (EI) ou a Al-Qaida, está prevista na resolução.
A pedido da Rússia também estão incluídas as zonas onde estão “outros indivíduos, grupos, entidades e associados da Al-Qaida e ao EI, bem como outros grupos terroristas designados pelo Conselho de Segurança”.
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