À chegada à sede do Conselho, em Bruxelas, para “uma cimeira importante”, Emannuel Macron manifestou-se otimista e disse acreditar que os líderes europeus ‘fecharão’ hoje à noite um compromisso em torno dos quatro altos cargos da UE que, sublinhou, são da competência do Conselho Europeu designar – presidências da Comissão, do Conselho, do Banco Central Europeu e Alto Representante para a Política Externa -, a que se junta a presidência do Parlamento Europeu.
Macron reiterou que entre os critérios que defende que devem presidir às escolhas contam-se os equilíbrios, designadamente de género, garantindo que se baterá para que sejam nomeadas duas mulheres para os quatro cargos que cabe ao Conselho nomear.
Relativamente ao posto mais cobiçado, o de presidente da Comissão Europeia, adiantou que há “alguns nomes” que dão garantias, apontando designadamente o do seu compatriota Michel Barnier, negociador-chefe da UE para o ‘Brexit’ (do Partido Popular Europeu, PPE), da dinamarquesa Margrethe Vestager, comissária da Concorrência (Liberal), e do holandês Frans Timmermans, primeiro vice-presidente do executivo de Jean-Claude Juncker (Socialistas Europeus).
A referência a Barnier surge num contexto em que parece cada vez mais evidente que o alemão Manfred Weber, que foi o ‘Spitzenkandidat’ (candidato principal) do PPE à presidência da Comissão no quadro das eleições europeias de maio passado, e que Socialistas e Liberais têm sido categóricos em rejeitar, é cada vez mais uma ‘carta fora do baralho’.
Os chefes de Estado e de Governo da UE reúnem-se hoje em Bruxelas numa nova cimeira extraordinária dedicada a desbloquear o impasse na discussão sobre as nomeações para os lugares institucionais de topo europeus.
Após a cimeira inconclusiva de 20 de junho passado – que terminou já na madrugada de 21 sem “fumo branco” -, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia, entre os quais o primeiro-ministro António Costa, voltarão a reunir-se hoje em Bruxelas, em cima do prazo limite para tentar encontrar um compromisso, uma vez que na terça-feira tem início, em Estrasburgo, França, a sessão inaugural da nova legislatura do Parlamento Europeu (PE), na qual será eleito o presidente da assembleia, um dos lugares de topo negociados ‘em pacote’.
Com o aproximar da sessão constitutiva do PE resta pouco tempo aos líderes da UE para chegar a um entendimento que evite uma crise institucional na UE, e que, em último caso, forçaria a atual ‘Comissão Juncker’ a estender o seu mandato, que termina em 31 de outubro próximo.
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