“Não é possível aceitar que a deslocação de portugueses dentro de território nacional custe o dobro ou triplo do que para territórios estrangeiros, o mesmo se diga quanto ao transporte de mercadorias”, disse Miguel Albuquerque, sublinhando que as questões da mobilidade aérea, marítima e digital são um “aspeto incontornável” no século XXI.

O chefe do executivo madeirense, de coligação PSD/CDS-PP, falava numa receção ao Presidente da República, na Quinta Vigia, sede da Presidência do Governo Regional, no Funchal, no âmbito das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que se assinala quinta-feira na região.

“Por outro lado, com os custos das funções sociais a subir exponencialmente de ano para ano, designadamente a Educação e a Saúde, é essencial encontrar soluções equilibradas e justas para todos, no quadro das responsabilidades do Estado”, declarou Miguel Albuquerque.

E reforçou: “Contamos com o seu profundo conhecimento da realidade destas ilhas e com o seu inquestionável amor a este país, para promover um diálogo profícuo e consequente no sentido de se encontrarem novas respostas para as questões que aqui coloquei”.

O governante madeirense sublinhou, ainda, que Portugal “tem de entender” que o mar é um dos seus principais recursos e que deve liderar, no quadro europeu, as “potencialidades imensas” da economia azul.

“Não perceber isto é adiar, uma vez mais, a oportunidade de construirmos para as novas e atuais gerações um futuro mais próspero e com maior qualidade de vida para todos os portugueses”, disse, destacando as regiões autónomas como “espaços privilegiados para o desenvolvimento e vanguarda desta estratégia”.

E acrescentou: “De resto, as autonomias políticas foram e continuam a ser uma das justas conquistas da nossa democracia, colocando os cidadãos portugueses das ilhas, secularmente esquecidas, a participar diretamente nos assuntos da ‘res publica’ que lhe dizem respeito”.

Para Miguel Albuquerque, as autonomias devem ser entendidas como uma “solução para o bem do país e não contra ele”, pelo que Portugal pode contar com o “empenho, trabalho e dedicação” da Madeira na construção de um Estado “liderante e mais equitativo”.