O líder madeirense, que falava perto das 24:00 de terça-feira, fazia o último balanço do segundo dia dos incêndios, que têm múltiplas frentes ativas. Esta noite o fogo desceu à baixa do Funchal, depois de ter deflagrado na tarde de segunda-feira na zona alta, em São Roque.
Os incêndios já provocaram centenas de desalojados, dois feridos graves e evacuações de dois hospitais, lares de idosos, alguns hotéis. Há “avultados” danos materiais.
“Os incêndios não estão debelados”, declarou o responsável, considerando que “a situação é periclitante e necessita de uma grande atenção por parte dos corpos de intervenção”, porque os focos “não estão controlados” e as condições climatéricas adversas vão manter-se nas próximas horas – vento e temperaturas elevadas.
Um balanço provisório aponta para 37 habitações afetadas pelo fogo, mas Miguel Albuquerque admite que o número possa ser superior, devido aos vários focos que surgiram ao início da noite na zona mais baixa do Funchal.
Segundo o governante madeirense, cerca de 300 pessoas estão provisoriamente alojadas no Regimento de Guarnição do Funchal, estando outras a ser deslocadas para um abrigo na escola básica da Nazaré.
Muitas dezenas de utentes de vários lares, entre os quais o de Santa Isabel e Vale Formoso, também foram retirados e acolhidos noutras instituições, bem como os pacientes internados em dois hospitais (Marmeleiros e João de Almada), referiu.
Vinte estrangeiros de uma das unidades hoteleiras afetadas pelos incêndios no Funchal foram deslocados para o estádio dos Barreiros.
O líder regional indicou que existe um outro foco de incêndio preocupante, no concelho da Calheta, na zona oeste da ilha, tendo sido necessário evacuar o centro de saúde da localidade e transferir as pessoas para a unidade do município da Ribeira Brava.
Os bombeiros estão a combater outro foco na zona do Paul da Serra, Ponta do Sol, e estão também a tentar impedir que as chamas cheguem à zona do Rabaçal (Calheta), um dos pontos mais procurados pelos turistas.
“A prioridade é para atender à salvaguarda de vidas humanas”, disse o governante, sublinhando que será necessário “tentar socorrer da ajuda do Estado para fazer face a danos de natureza pública e privada”.
O social-democrata sublinhou que a noite vai ser de vigilância, pois os vários focos no concelho do Funchal podem “reacender ou surgir em qualquer lado”.
Cerca de 110 elementos enviados pelo Governo da República vão reforçar os meios de combate aos incêndios na Madeira.
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