Em maio, Lori Vallow foi declarada culpada de assassinar Tylee Ryan, a sua filha de 16 anos, e Joshua "JJ" Vallow, seu filho adotivo de 7.

"Você está condenada a servir a pena máxima possível sob a custódia do Conselho Estadual de Correção [...] prisão perpétua sem direito à liberdade condicional", disse o juiz Steven W. Boyce nesta segunda-feira.

Vallow afirmava ser uma deusa cuja missão era preparar a humanidade para a segunda vinda de Jesus Cristo e acreditava que podia comunicar com os anjos.

Os procuradores afirmaram que ela usou as suas crenças religiosas para justificar os assassinatos, tratados na série documental da Netflix "Os Crimes da Nossa Mãe", lançada no ano passado.

Também sustentaram que os crimes foram motivados por questões financeiras.

O seu quinto marido, Chad Daybell - autor de vários romances apocalípticos que publicou por conta própria - aguarda julgamento em separado, que incluirá também o assassinato da sua primeira esposa, Tammy. Este respondeu a todas as acusações declarando-se inocente.

O caso atraiu atenção nacional em 2019, depois que os filhos de Vallow desapareceram.

O casal jamais notificou as autoridades sobre o desaparecimento dos filhos. Os corpos foram encontrados em junho de 2020 numa propriedade de Daybell, em Idaho.

A investigação também revelou que muitas pessoas próximas de Vallow e do seu novo marido haviam morrido recentemente.

Em 2018, o terceiro marido da mulher tinha morrido devido a uma aparente crise cardíaca. Em 2019, o seu quarto marido foi baleado pelo irmão de Vallow, que alegou legítima defesa.

Este último também morreu pouco depois, ao ser encontrado inconsciente na sua residência.

Em outubro de 2019, a ex-esposa de Daybell, Tammy, morreu alegadamente de causas naturais. Vallow e Daybell mudaram-se para o Havaí poucas semanas depois e casaram-se.

Nesta segunda-feira, o juiz Boyce determinou três sentenças consecutivas de prisão perpétua devido à gravidade dos crimes cometidos por Vallow.

"Em Idaho, prisão perpétua é isso, prisão para o resto da vida sem liberdade condicional", disse.

Mas, "dado que há três homicídios separados com três vítimas que ocorreram em três momentos diferentes, pagar as penas de forma simultânea não serviria os interesses da Justiça", disse.

"Você precisa responder de forma separada por cada um destes três homicídios", sentenciou.