O protesto, que conta com o apoio da Ordem dos Advogados e da Universidade Chinesa de Hong Kong, constitui mais um esforço na tentativa de pressionar a chefe do Executivo da região administrativa especial, Carrie Lam, a recuar nas emendas à lei da extradição.

Ao mesmo tempo, as ‘Mães de Hong Kong’ insurgem-se contra os comentários de Carrie Lam numa entrevista à estação de televisão local TVB, na quarta-feira, na qual destacou o seu papel de mãe e comparou os manifestantes a “filhos mimados”.

“Nunca usaríamos gás lacrimogéneo ou bolas de borracha contra os nossos filhos”, lê-se numa petição criada pelo grupo e que já reuniu milhares de assinaturas.

As ‘Mães de Hong Kong’ referiam-se aos métodos antimotim utilizados pela polícia de Hong Kong na passada quarta-feira, quando milhares de pessoas voltaram a sair à rua para exigir que o Governo abandone a polémica proposta de lei.

“Não conseguiríamos não ficar comovidos ao ver jovens cobertos de sangue depois de serem espancados pela polícia”, salientou o grupo.

Segundo a versão policial, o comportamento dos agentes “foi tolerante” até cerca das 15:00 (08:00 em Lisboa), hora em que alguns manifestantes começaram a atirar tijolos e barras de metal, o que motivou a resposta da polícia.

Os acontecimentos obrigaram o Executivo a adiar o debate e a encerrar até sexta-feira as instalações da sede do Governo.

Proposto em fevereiro e com uma votação final prevista para antes do final de julho, o texto permitiria que a chefe do Executivo e os tribunais de Hong Kong processassem pedidos de extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.