“Ainda é muito cedo para qualquer balanço, mas julgo que mais importante do que isso é que todos os portugueses saibam que neste ano tão especial [eleições legislativas] este [incêndios] não é um tema para conflitualidade pré-eleitoral”, defendeu o governante.
As declarações de Eduardo Cabrita foram feitas no Barreiro, durante uma intervenção na cerimónia comemorativa do 125.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Sul e Sueste, na qual participaram também o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, e dirigentes da estrutura da Autoridade Nacional de Proteção Civil.
O ministro da Administração Interna, que se escusou a falar aos jornalistas à margem da cerimónia, elogiou ainda no seu discurso o sucesso do “Aldeia Segura Pessoas Seguras”, programa no qual foram distribuídos ‘kits de incêndio’, que incluem as polémicas golas antifumo.
“Ainda na sexta-feira me dizia a presidente da Câmara de Silves que, num incêndio de particular risco, duas equipas da Aldeia Segura foram acionadas pela autarquia para prevenir aquilo que eram os riscos que estavam ali. Este é um esforço de todos. Quando dizemos Proteção Civil somos todos nós”, afirmou.
O Jornal de Notícias noticiou na sexta-feira que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela proteção civil no âmbito dos programas “Aldeia Segura" e "Pessoas Seguras”.
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) esclareceu que os materiais distribuídos no âmbito dos programas não são de combate a incêndios nem de proteção individual, mas de sensibilização de boas-práticas.
Eduardo Cabrita já mandou abrir um inquérito urgente sobre contratação de material de sensibilização para incêndios.
Em comunicado, divulgado no sábado, o Ministério da Administração Interna disse que, “face às notícias publicadas sobre aspetos contratuais relativamente ao material de sensibilização, o ministro da Administração Interna pediu esclarecimentos à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e determinou a abertura de um inquérito urgente à Inspeção-Geral da Administração Interna”.
Questionado na sexta-feira pelos jornalistas em Mafra, Eduardo Cabrita considerou “irresponsável e alarmista” a notícia e sublinhou a importância do programa que está em curso em mais de 1.600 aldeias do país, assegurando que a distribuição das golas antifumo não põe em causa nem o projeto nem a segurança das pessoas.
No domingo, o secretário de Estado da Proteção Civil remeteu a responsabilidade sobre o processo de compra de 'kits de incêndio', que incluem as golas antifumo, para a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.
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