“Uma polícia das liberdades, onde não há espaço para o racismo, não há espaço para quem tolera violência doméstica, não há espaço para xenofobia num país que se orgulha de ter meio milhão de cidadãos estrangeiros, de a muitos atribuir a nacionalidade portuguesa, que se orgulha da forma como solidariamente acolhe migrantes, recebe refugiados e defende uma Europa sem muros, uma Europa de liberdade, de segurança e de justiça”, disse Eduardo Cabrita.
O ministro discursava na cerimónia que assinalou os 152 anos da Polícia de Segurança Pública, que decorreu na Praça do Império, em Lisboa, e que foi presidida pelo primeiro-ministro, António Costa.
Dirigindo-se para os elementos da PSP, Eduardo Cabrita garantiu que o Governo vai ser “exigente na salvaguarda na defesa dos direitos jurídicos das forças de segurança e dos seus profissionais no quadro da afirmação de uma polícia das liberdades”.
“Para o Governo uma agressão a um polícia é uma agressão a um estado de direito e um insulto a um polícia é um insulto a um defensor do estado de direito democrático”, frisou.
O ministro deu conta das mais de 2.000 admissões realizadas por este Governo e que “correspondem a um esforço significativo de rejuvenescimento e de responder às necessidades da polícia do presente”.
“Mas a polícia do futuro, exige que as admissões sejam feitas através de uma programação de base plurianual que permita definir o quadro necessário de admissões entre 2020 e 2023”, defendeu.
O ministro afirmou também que a PSP obteve, no último ano, mais de cinco centenas de novas viaturas, permitindo renovar “um parque automóvel que durante tantos anos havido sido esquecido”.
“Sem o fator humano, não há tecnologia, nem infraestruturas que garantam que a manutenção destes elevados padrões de resposta na nossa polícia. Por isso a valorização pessoal e profissional dos polícias é fundamental”, disse, para dar conta que, entre 2018 e 2019, mais de 85 % dos policias subiram de escalão.
A cerimónia de aniversário da PSP ficou marcada por um protesto de várias centenas de polícias que pertencem ao Movimento Zero, criado através das redes sociais e do qual fazem parte agentes da PSP e militares da GNR.
Os polícias do Movimento Zero vestiram camisolas brancas e voltaram-se de costas quando o diretor nacional da PSP, Luis Farinha, começou a falar na cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, António Costa, mantendo-se nesta posição até ao final do discurso.
Quando o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, começou a discursar os polícias saíram em silêncio e de forma ordeira, levantando os braços e fazendo o gesto do zero com os dedos.
Quando já estavam a alguns metros do local da cerimónia bateram palmas.
Numa alusão a este protesto, Eduardo Cabrita, no final do discurso, afirmou: “Para essa polícia, cada vez mais próxima das populações, cada vez com uma maior confiança dos portugueses, que eu sei que todos que aqui estão, estão a trabalhar, é para essa polícia que sei que nenhum Governo, nenhuma direção nacional, mas sobretudo nenhum polícia voltará as costas”.
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