“A responsabilidade é mesmo de todos e, por isso, o que nós [Governo] olhamos com muita confiança é que temos, quando o combate está a decorrer, de estar totalmente solidários com os bombeiros e outros agentes de proteção civil, que estão verdadeiramente a arriscar a vida pelo próximo”, disse o ministro aos jornalistas, na vila de Barrancos, no distrito de Beja.
“É esse o dever de todos, numa tarefa em que a responsabilidade central é do Estado, mas que cabem responsabilidades aos vários níveis a todos”, acrescentou Eduardo Cabrita, após ter participado na cerimónia de consignação da obra de adaptação de dois edifícios para instalação do novo Posto Territorial da GNR de Barrancos, que vai implicar um investimento de cerca de 330 mil euros, no âmbito da Lei de Programação de Infraestruturas e Equipamentos das Forças e Serviços de Segurança.
O ministro disse que o Governo está “confiante” no combate a incêndios, frisando que, na quarta-feira, “foram apagados todos os fogos de grande dimensão” registados nos últimos dias em Portugal.
“Temo-los todos os dias e a boa notícia é que continuamos a garantir a salvaguarda da vida humana e a defesa das populações”, sublinhou.
Eduardo Cabrita reagia a declarações do presidente do PSD, Rui Rio, que hoje, em entrevista à rádio Observador, acusou o Governo de “sacudir a água do capote” para os autarcas nas responsabilidades no combate aos incêndios dos últimos dias nos concelhos de Vila de Rei, Sertã e Mação.
Questionado sobre a polémica entre o Governo e autarcas a propósito das responsabilidades naqueles incêndios, Rui Rio lamentou que o primeiro-ministro e o ministro da Administração Interna “não se tivessem coibido de criticar os autarcas com matas e florestas ainda a arder”.
“Não vi com bons olhos que o Governo começasse a sacudir a água do capote, dizendo que a responsabilidade não é dele, mas dos autarcas”, afirmou Rui Rio.
Na terça-feira, em entrevista à RTP, Eduardo Cabrita, após ter sido confrontado com críticas sobre falta de meios no combate aos incêndios nos concelhos de Mação, Vila de Rei e Sertã, acusou o presidente da Câmara de Mação, Vasco Estrela, de agir como “um comentador televisivo” e de não cooperar com os esforços da Proteção Civil.
Em declarações à Lusa, Vasco Estrela refutou as acusações do ministro, considerando que Eduardo Cabrita “preferiu fazer um ataque pessoal e indigno” do que discutir a maneira como evitar que Mação e concelhos vizinhos sejam consumidos pelas chamas ano após ano.
Na quarta-feira, em declarações à agência Lusa, o porta-voz do CDS-PP, João Almeida, criticou as acusações “injustas e inoportunas” do ministro ao presidente da Câmara de Mação, considerando que Eduardo Cabrita “é a última pessoa” que deve criar perturbação dentro do sistema.
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