Só 13% dos jovens arábes se imagina a apoiar o Isis, um número inferior comparativamente ao ano passado, altura em que 19% considerava apoiar o grupo. Cinquenta por cento dos jovens vê o grupo terrorista como o maior problema que o Médio Oriente enfrenta, contra 37% que tinham essa opinião em 2015.
As conclusões resultam do Arab Youth Survey de 2016, um inquérito que é realizado uma vez por ano pelo instituto de sondagens Penn Schoen Berland (PSB) em 16 países do Médio Oriente e norte de África.
O estudo revela que a preocupação está a aumentar em toda a região devido à crescente taxa de desemprego e à falta de oportunidades. O desemprego é visto pela maioria como a maior ameaça à estabilidade da região, pois é graças ao mesmo, segundo estes jovens, que o EI consegue recrutar terroristas.
O inquérito mostra uma imagem das aspirações de 200 milhões de pessoas. Se, em 2011, 92% dos jovens tinham como maior desejo "viver em democracia", atualmente dão maior prioridade à estabilidade, independentemente do regime político. O otimismo quanto à melhoria das condições de vida nos seus países tem estado em queda.
Quase metade dos jovens sente que as relações entre os ramos sunita e xiita estão a deteriorar-se. Para 52%, a religião representa um papel demasiado grande na região dominada pela Arábia Saudita (sunita) e o Irão (xiita), tidos como os líderes das duas correntes islâmicas e que combatem em lados opostos nas guerras da Síria e do Iémen.
Para 39%, a guerra civil da Síria é um conflito por procuração entre potências regionais e mundiais, enquanto para 29% é uma revolução contra o regime de Bashar al-Assad. Vinte e dois por cento acredita que é uma guerra entre sírios.
O inquérito ainda evidencia as diferentes percepções dos jovens árabes sobre o Estados Unidos. Sessenta e três por cento vê os EUA como aliados enquanto 32% considera-os inimigos.
Apesar do pessimismo crescente em relação ao futuro, dois terços dos jovens árabes (67%), e em particular as mulheres, espera que os seus líderes façam mais em prol das liberdades individuais e os direitos humanos dos cidadãos.
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