Os Estados Unidos lideraram a lista, com 970 cidadãos cubanos repatriados, seguidos das Bahamas (129) e das Ilhas Caimão (16), indicou o ministério num comunicado divulgado no sábado.
“Os repatriados nestes primeiros dias do ano representam 9% do total de repatriados em 2022”, segundo as autoridades cubanas.
O ministério sublinhou que, só em 08 de janeiro, a Guarda Costeira dos EUA repatriou 273 pessoas — “o maior repatriamento dos últimos anos” — que “tinham participado em saídas ilegais do país” através de um porto em Matanzas, no oeste de Cuba.
No comunicado, o governo cubano “reiterou o seu compromisso com a migração regular, segura e ordenada e insiste no perigo (…) de vida que representam tais movimentos por meios ilegais, fundamentalmente por mar”.
“Depois das novas medidas migratórias da administração de Joseph Biden, as autoridades cubanas sustentaram que uma relação migratória mais normal, que inclua visitas temporárias entre os dois países, contribuiria para reduzir o potencial migratório”, acrescentou.
No início de janeiro, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden anunciou uma grande mudança na política migratória do país, negociada com o México.
De acordo com o plano, os Estados Unidos vão enviar 30 mil migrantes por mês de Cuba, Nicarágua, Haiti e Venezuela para a fronteira com o México.
Em contrapartida, 30 mil pessoas desses quatro países que obtiverem patrocinadores, verificação de antecedentes e um voo para os Estados Unidos vão receber um visto de dois anos para trabalhar legalmente no país.
O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos alertou na quarta-feira que as novas medidas “põem em perigo os direitos fundamentais” dos migrantes.
Volker Türk admitiu em comunicado estar preocupado com a possibilidade de “aqueles que mais precisam de asilo e que estão em situações mais vulneráveis serem aqueles que não têm condições para obter o visto”.
O número de migrantes que cruzam a fronteira entre os Estados Unidos e o México aumentou dramaticamente durante os primeiros dois anos de mandato de Biden.
Houve mais de 2,38 milhões de movimentações durante o ano encerrado em 30 de setembro de 2022, tendo sido ultrapassada pela primeira vez a barreira dos dois milhões.
Em dezembro, o Presidente de Cuba Miguel Díaz-Canel lamentou que a economia cubana “esteja a atravessar uma situação complexa, devido ao efeito combinado da intensificação do bloqueio [económico imposto pelos EUA], da pandemia e da inflação internacional”.
A ilha atravessa um dos piores momentos económicos das últimas décadas, devido a uma grave crise energética, com prolongados e frequentes apagões que têm motivado protestos em todo o país.
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