“Há 14.611 açorianos que já levaram o reforço sazonal, o que corresponde a 6,2% da população da Região Autónoma dos Açores”, afirmou, em declarações à Lusa, o diretor regional da Saúde, Berto Cabral, responsável máximo pela Autoridade de Saúde Regional.

Segundo Berto Cabral, o processo da vacinação com a dose de reforço sazonal contra a covid-19 “está a decorrer normalmente” e “tem havido vacinas”, mas a procura não é igual à registada nas primeiras doses.

“Há uma menor adesão, que eu justificaria por algumas razões, umas da vontade das pessoas e outras pelo facto de a pessoa ter estado infetada há pouco tempo e neste momento não ser elegível pelos critérios que estão definidos no intervalo temporal para levar a vacinação de reforço sazonal”, avançou.

O diretor regional da Saúde admitiu que as expectativas de adesão “eram bem mais modestas do que no início do processo”, alegando que há uma “desvalorização” da importância da vacinação, porque o impacto das infeções é hoje menor.

“Muita gente já contactou com o vírus de alguma forma ou já levou a vacina. Percebem que, em muitos casos, as pessoas contactaram com o vírus ou tiveram a infeção, mas não tiveram grande doença. Os próprios números dos internamentos diminuíram muito, os óbitos baixaram imenso”, apontou.

As vacinas da Pfizer, que estavam previstas chegar no final outubro, só chegaram esta semana, o que provocou algumas recusas por parte de pessoas que só pretendiam ser vacinadas com esta marca, apesar de Berto Cabral assegurar que as vacinas da Moderna também já estão “adaptadas para a variante Ómicron”.

O responsável máximo da Autoridade de Saúde Regional sublinhou que, embora a variante predominante poder ser “menos severa”, continua a existir “risco associado à infeção”, lembrando que no inverno há maior circulação do vírus.

“O facto de outros terem contactado com o vírus e não terem sofrido muito, não quer dizer que uma pessoa, por algum grau de vulnerabilidade que tenha, não venha a ter doença grave e a ter de ser internada. Só com o reforço imunitário de cada um, em particular dos mais vulneráveis, é que poderemos diminuir as situações mais graves associadas às infeções com este vírus”, alertou.

A vacinação de reforço sazonal arrancou em setembro nos lares de idosos, mas houve “um número significativo de pessoas que não foram vacinadas naquele momento porque tinham estado positivas há pouco tempo”.

Atualmente a vacinação está disponível para maiores de 60 anos, profissionais de alguns setores e pessoas com determinadas patologias, mas deverá ser alargada a maiores de 50 anos, à semelhança do que foi decidido no continente português.

As vacinas são administradas nos centros de saúde, que estão a contactar os utentes elegíveis.

“Nesta fase não se justifica estarem a funcionar grandes centros de vacinação, até porque estamos a falar de um menor número de população e de um processo que em termos temporais já não é para ser realizado não tão curto espaço de tempo”, adiantou Berto Cabral.

A vacinação contra a gripe, anteriormente disponível de forma gratuita nos centros de saúde dos Açores para maiores de 65 anos, foi alargada aos maiores de 60 anos e pode ser administrada no mesmo dia em que a vacina contra a covid-19.