Para assinalar a data, os crentes ortodoxos, que celebram a ressurreição de Cristo uma semana depois dos católicos e dos protestantes, que têm outro calendário, tinham programado festividades para diversos locais que ficaram quase desertos, à semelhança do que aconteceu em 12 de abril, quando as celebrações da Páscoa católica resultaram em locais de culto vazios, como aconteceu na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Na Rússia, o líder do Patriarcado de Moscovo, Kirill, que reivindica 150 milhões de fiéis no mundo, realizou uma missa à porta fechada na principal catedral da capital, após ter recomendado que as cerimónias fossem acompanhadas pela televisão a partir de casa.
A Rússia regista 42.853 casos de infeções pelo novo coronavírus, com 361 mortes.
“Esta terrível doença [covid-19] afetou o nosso povo, mas estamos juntos numa grande família de crentes ortodoxos”, referiu durante as celebrações.
De acordo com a agência de notícias France-Presse (AFP), o Presidente russo, Vladimir Putin, celebrou a Páscoa numa pequena capela na sua residência oficial, referindo numa comunicação em vídeo que “este ano as celebrações acontecem com restrições forçadas”.
O Patriarcado ecuménico de Constantinopla, na Turquia, ordenou que as celebrações fossem fechadas ao público, mas com transmissão pela Internet.
O mesmo aconteceu em Chipre e na Grécia, Sérvia, Macedónia do Norte, Roménia, Líbano e no Egito, onde existem mais de 10 milhões de coptas ortodoxos.
A Cidade Velha de Jerusalém, geralmente lotada para as celebrações da Páscoa, estava quase deserta neste fim de semana devido às medidas de confinamento decretadas por Israel.
Em alguns países, várias igrejas não acataram as medidas de confinamento e prometeram celebrar de forma normal uma das datas mais importantes do calendário ortodoxo.
Na Bulgária, as igrejas estão abertas para as celebrações da Páscoa, mas os fiéis foram aconselhados a usar máscara e a manter uma distância de segurança.
Na Ucrânia, o presidente Volodimir Zelenski pediu às pessoas que permanecessem em casa, mas a igreja ortodoxa, vinculada ao patriarcado de Mocovo – uma das três principais do país -, estimulou os fiéis a sair das suas residências, apesar de a igreja ter sido diretamente afetada pela pandemia.
Um mosteiro ortodoxo do centro de Kiev tornou-se um foco da doença, com quase 100 casos diagnosticados como positivos do novo coronavírus e a morte de três monges.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 160 mil mortos e infetou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 518 mil doentes foram considerados curados.
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