A operação foi realizada uma semana depois dos confrontos entre traficantes e polícia nesta comunidade, confronto que acabou com um balanço três mortos. E também se deu em função de uma intensificação dos confrontos entre forças de segurança e traficantes em várias comunidades da região metropolitana, onde vivem cerca de 1,5 milhão de habitantes, um quarto da população do Rio de Janeiro.

No início desta quarta-feira, 3.000 militares das três forças armadas (Exército, Marinha e Força Aérea) cercaram a Cidade de Deus e bloquearam as vias adjacentes, com encerramento do espaço aéreo; enquanto agentes de vários corpos de polícia entravam na favela.

Um total de 38 pessoas foram detidas, cinco delas menores de idade, informou a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro (Seseg) em comunicado.

Também foram apreendidas várias armas e munições.

Uma porta-voz da Seseg afirmou à AFP que se tratou de uma ação "planeada há vários dias", sem ligação com os casos recentes de violência.

Na terça, as três principais artérias de acesso ao Rio (Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela) foram fechadas por um protesto de vizinhos das favelas do Complexo da Maré (Zona Norte), depois de um adolescente de 13 anos morrer ao ser apanhado no meio de um confronto armado.

Além disso, no mesmo dia e também na Zona Norte, uma menina de três anos morreu baleada numa tentativa de assalto quando estava com pais.

Esta foi a 11ª operação conjunta da polícia com os militares, nas quais foram detidas 266 pessoas e apreendidas várias armas e droga.

As forças armadas foram chamadas no final de julho de 2017 para ajudar a conter a onda de violência que tomou conta do Rio de Janeiro, estado onde os problemas de segurança se viram agravados por uma grave crise económica.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, pediu na semana passada uma reforma do sistema de segurança que, segundo este, está "falido" no Brasil.