António Costa falou aos jornalistas no final de uma visita à Escola Secundária D. Pedro V, em Lisboa, uma das maiores do país com 1260 alunos, dos quais 460 retomarão as aulas presenciais já na segunda-feira.
O primeiro-ministro anunciou que já foram distribuídas mais de 4 milhões de máscaras nesta preparação para a retoma de aulas presenciais para alunos de 11.º e 12.º ano. "Foi um esforço imenso", disse.
Salientando que "não se estuda para fazer exames, mas para aprender", o primeiro-ministro acrescentou que "o que vai acontecer no ensino presencial não substitui o que continua a desenvolver-se à distância", até porque os alunos só terão aulas nas escolas às disciplinas que sejam submetidas a exame.
"Estas semanas vão ser muito importantes para todos, não só para concluir bem este ano letivo, mas, sobretudo, para treinar o próximo ano", afirmou o líder do executivo, numa ação em que esteve acompanhado pelo ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro.
O primeiro-ministro frisou em seguida que, "seguramente, em todo o próximo ano letivo", a comunidade educativa terá de continuar a conviver com o novo coronavírus, "porque não estará disponível uma vacina".
"Portanto, este regresso é uma forma de as direções das escolas, os docentes, os alunos, os assistentes operacionais e as famílias testarem metodologias e aprenderem com a prática para saberem aquilo que é necessário aperfeiçoar no próximo ano letivo. Mais uma vez, no próximo ano letivo, vamos ter também a covid-19. Temos de aproveitar este período para aprender a conviver com a covid-19", reforçou António Costa.
Neste ponto, o primeiro-ministro falou também no caráter essencial inerente ao cumprimento das normas de disciplina individual, como o uso de equipamentos de proteção, distanciamento físico entre pessoas e nova organização das formas de aprendizagem.
"Em particular os professores tiveram nestes meses uma grande capacidade de invenção e de adaptação. Vamos seguramente poder encarar o próximo ano letivo com uma tranquilidade diferente em comparação com o sobressalto que vivemos estas semanas", defendeu.
Na sua intervenção, perante os jornalistas, o primeiro-ministro fez questão de realçar que faria o seu breve discurso com máscara, num gesto simbólico para garantir "um regresso à escola em segurança a partir de segunda-feira".
"Em qualquer espaço da escola usaremos sempre máscara", salientou.
Antes, o ministro da Educação aproveitou para elogiar a direção da Escola Secundária D. Pedro V, considerando que "fez mais do que aquilo que fora lançado como conjunto de orientações pelo Ministério e pela Direção Geral da Saúde".
"Hoje é o último dia útil antes do reinício das atividades letivas presenciais. A palavra é de confiança e de agradecimento para que, entre todos, possamos aumentar as condições de segurança", afirmou.
Tiago Brandão Rodrigues observou depois que, na transição do ensino presencial para o ensino à distância, em março, "houve muitas dúvidas sobre o que seria a resposta de cada uma das escolas a essa mudança completa de paradigma".
"Penso que todos nos sentimos muito orgulhosos pelo trabalho inexcedível dos diretores, dos professores do nosso sistema educativo, em especial da escola pública. Todos os que trabalham na escola, sejam docentes ou não docentes, mostraram que era possível mudar o paradigma e fazer a escola num contexto não presencial. Um objetivo que foi alcançado com a ajuda de outros recursos, como o estudo em casa através da RTP Memória", apontou o membro do Governo.
Tiago Brandão Rodrigues destacou também que, na atual situação de desconfinamento em curso na sociedade portuguesa, "o sistema educativo está também a dar os primeiros passos".
"Sabemos que é importante voltarmos ao novo normal e começámos com os alunos dos 11º e 12º anos que, tendo também exames, não terão a possibilidade de efetuar a recuperação. Essa recuperação tem de acontecer durante o próximo ao letivo", acentuou o ministro da Educação.
O titular da pasta da Educação deixou ainda uma mensagem dirigida aos assistentes operacionais, considerando que "são peças fundamentais para que as escolas sejam espaços de contenção da propagação" do novo coronavírus.
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