A informação foi avançada na quinta-feira pela agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Destes crimes, apenas cinco tiveram condenação judicial, segundo a UNESCO, que redigiu o relatório juntamente com a Federação Internacional de Jornalistas, no quadro do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa, que se assinala em 03 de maio.
O organismo internacional também revelou que pelo menos 749 jornalistas e meios de comunicação dedicados ao ambiente foram alvos de agressões em 89 países, desde 2009, e que 300 dessas agressões ocorreram, nos últimos cinco anos.
“Estes jornalistas e meios cobriam um leque amplo de casos, desde as causas das alterações climáticas, a mineração ilegal, a desflorestação e os combustíveis fósseis, até questões que afetam especificamente as comunidades em que se integram, como a agroindústria, a apropriação de terras, os megaprojetos de infraestruturas e as consequências dos fenómenos meteorológicos extremos", indicou-se no documento.
Pelo menos, metade das 749 agressões foram praticadas por agentes estatais, como polícias, militares, funcionários e contratados pelos governos, com os agentes privados, como empresas da indústria extrativa ou grupos criminosos, responsáveis por uma quarta parte.
Este ano, o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa está dedicado à importância do jornalismo e à liberdade de expressão, no contexto da atual crise ecológica mundial.
Além do documento sobre agressões e assassínios de jornalistas, a UNESCO divulgou ainda um inquérito a 905 jornalistas de 129 países, no qual 70% disseram já ter sido “objeto de pressões, ameaças ou pressões, enquanto cobriam assuntos ambientais”.
A investigação mostrou ainda que mais de dois terços dos inquiridos consideram que a distorção da informação e as mentiras relacionadas com as alterações climáticas aumentou nos últimos anos e que o jornalismo não está a fazer o suficiente para contrariar a tendência.
Comentários