“Nas últimas 24 horas, a polícia deteve mais de 50 pessoas perto de Bialowieza, depois de terem cruzado a fronteira ilegalmente”, disse o porta-voz da polícia regional, Tomasz Krupa, à Agência France Presse (AFP).
O ministro da Defesa polaco, Mariusz Blaszczak, anunciou hoje que as autoridades registaram na noite passada centenas de tentativas de cruzar ilegalmente a fronteira polaca, sublinhando que “todos aqueles que conseguiram passar foram presos”.
Enquanto isso, a guarda fronteiriça polaca informou que a situação na fronteira com a Bielorrússia está “calma” e a cadeia de televisão privada polaca PolSat revelou que “um grupo de cerca de 60 pessoas” conseguiu cruzar a fronteira “depois da meia-noite” e que pelo menos 20 deles foram presos.
Entretanto, as autoridades bielorrussas acusaram a Polónia de ter agredido quatro migrantes na fronteira entre os dois países.
“Considerando os numerosos ferimentos nos corpos dos migrantes, as forças de segurança polacas trataram-nos com brutalidade e perseguiram-nos ao longo da cerca de arame farpado na fronteira com a Bielorrússia”, indicou o serviço de guarda fronteiriça bielorrusso.
Num comunicado divulgado na sua conta do Telegram, a mesma fonte especificou que os quatro homens, de etnia curda, foram encontrados durante a noite de terça para quarta-feira em um acampamento improvisado na fronteira, no lado bielorrusso.
Hoje é esperada a chegada à Polónia do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, que se encontrará com o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, em Varsóvia, para discutir a situação e ratificar o apoio da União Europeia (UE) a este país em crise.
A situação é relativamente calma na faixa de fronteira, onde, nos últimos dias, várias centenas de pessoas se acumularam, com tentativas de entrada forçada na noite de segunda-feira.
O governo polaco está a aumentar a sua já grande presença militar na fronteira com a Bielorrússia e o ministro da Defesa, Mariusz Blaszczak, confirmou hoje que já há 15 mil soldados destacados.
Além disso, o coronel Marek Pietrzak, porta-voz das Forças de Defesa Territoriais polacas – um corpo paramilitar de reservistas e voluntários – garantiu na terça-feira que 8.000 membros desta unidade foram mobilizados e que 1.000 chegarão à fronteira em breve.
Desde a manhã de terça-feira, foi proibido qualquer tipo de acesso de civis à área de Kuznica, onde foi detetado um grande número de acampamentos de migrantes, com muitas mulheres e crianças.
A Polónia, Letónia e Lituânia, todos enfrentando uma onda de migração ilegal da Bielorrússia nos últimos meses, culpam o regime de Aleksander Lukashenko por mover cidadãos do Iraque, Afeganistão, Síria e outros países para suas respetivas fronteiras para desestabilizar a UE.
O Governo polaco descreve a situação como uma “guerra híbrida” e Morawiecki sublinhou que “fechar a fronteira” é “do interesse nacional da Polónia”, sublinhando que a situação também ameaça a estabilidade e segurança de toda a União Europeia.
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