O Irão é um dos países convidados a participar na cimeira de chefes de Estado e de Governo dos BRICS, o bloco de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A Rússia vai estar representada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov. O Presidente Vladimir Putin decidiu não comparecer à cimeira devido ao mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por alegados crimes de guerra na Ucrânia, segundo as autoridades sul-africanas.
Pretória convidou mais de 60 líderes do Sul Global para o evento, em Sandton – o subúrbio mais rico situado no norte de Joanesburgo -, incluindo os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e da Bolívia, Luis Arce, que irá decorrer sob fortes medidas de “segurança máxima” da polícia sul-africana (SAPS) e do exército (SANDF).
Estão também convidados vinte dignitários de organizações internacionais, como o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, e o Presidente da Comissão da União Africana (AUC, na sigla em inglês), Moussa Faki Mahamat.
Analistas consideram que a China e a Rússia pretendem que o bloco se torne um rival em grande escala do grupo G7 dos sete países mais industrializados.
Todavia, a posição de Pequim e Moscovo não é partilhada por outros membros, em particular, a África do Sul e a Índia.
Nesse sentido, a chefe da diplomacia da África do Sul Naledi Pandor vincou que os BRICS não são “anti-Ocidente”.
A Índia, um país que compartilha com os Estados Unidos a sua profunda ansiedade relativamente à ascensão mundial da China, reforçou substancialmente as relações de cooperação com a Administração Biden recentemente, nomeadamente na área da Defesa e exploração espacial, durante a visita de Estado que o primeiro-ministro Narendra Modi, efetuou a Washington, em junho.
Além da expansão do grupo, a cimeira dos BRICS também deverá debater a “desdolarização” entre os países membros optando pelas respetivas moedas nacionais, a exemplo da política em curso que a Índia pretende potencializar com a rupia indiana, ou possivelmente através de uma “moeda única” como defende o Presidente do Brasil, Lula da Silva.
Os países BRICS representam mais de 42% da população mundial e 30% do território do planeta, além de 23% do produto interno bruto (PIB) e 18% do comércio global, sendo os maiores parceiros comerciais de África, segundo o governo sul-africano.
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