“Um total de 633 pessoas foram detidas ontem [domingo] por violarem a lei sobre eventos em massa”, disse o Ministério do Interior da Bielorrússia, em comunicado hoje divulgado.
De acordo com o ministério, 363 dos detidos ainda estão hoje em prisão preventiva, a aguardar que o tribunal se pronuncie sobre os seus casos.
Este foi o maior número de detenções feito numa manifestação de protesto contra os resultados anunciados das eleições presidenciais de 09 de agosto, quando Alexander Lukashenko conquistou um sexto mandato com 80% dos votos, eleições consideradas fraudulentas pela oposição.
No domingo, o grupo bielorrusso de defesa dos direitos humanos Viasna avançou que várias dezenas de manifestantes tinham sido detidos à margem da marcha de protesto da oposição.
Mostrando as cores branca e vermelha da oposição, a multidão convergiu de vários bairros para o centro de Minsk, onde foi instalado um importante dispositivo de segurança.
No sábado foram cerca de 5.000 as mulheres que desfilaram na capital bielorrussa, pedindo a demissão do Presidente Alexander Lukashenko, enquanto estudantes universitários também se manifestavam contra a detenção de colegas noutros protestos.
Lukashenko, de 66 anos e que há 26 lidera a ex-república soviética de 9,5 milhões de habitantes, tem acusado os manifestantes de serem “marionetas” do Ocidente.
A líder da oposição na Bielorrússia, Svetlana Tikhanovskaya, que se exilou na Lituânia após o escrutínio, exigiu na sexta-feira perante o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas o uso de “todos os mecanismos”, incluindo sanções, para terminar a violência e as “violações dos direitos humanos” do Governo de Minsk.
Nos primeiros dias de protestos, a polícia deteve cerca de 7.000 pessoas e reprimiu centenas de forma musculada, suscitando protestos internacionais e ameaça de sanções.
Tikhanovskaya, 37 anos, também solicitou o envio imediato de observadores internacionais para que documentem a situação no terreno e a convocação de uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos para discutir a crise na Bielorrússia.
Os Estados Unidos, a União Europeia e diversos países vizinhos da Bielorrússia rejeitaram a recente vitória eleitoral de Lukashenko e condenaram a repressão policial, exortando Minsk a estabelecer um diálogo com a oposição.
Comentários