A grande maioria dos diretores escolares (82%) depara-se diariamente com a falta de funcionários, segundo um inquérito realizado durante o mês de abril pelo blogue ComRegras com o apoio da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), ao qual responderam 176 diretores.

Para muitos, este é um problema antigo: há escolas que têm falta de funcionários há mais de dez anos, uma queixa feita por 17,6% dos inquiridos.

Um em cada três diretores (34,7%) vive este problema há mais de cinco anos, mas há menos de dez.

“Este inquérito vem confirmar o que há muitos anos os diretores têm vindo a queixar-se, que é a escassez de funcionários. As escolas estão à míngua”, sublinhou Filinto Lima, presidente da ANDAEP, acrescentando que atualmente “esta é a principal queixa” de quem tem de gerir diariamente uma escola.

Filinto Lima lembra que, muitas vezes, a ligação dos encarregados de educação com a escola é feita através dos assistentes operacionais, “em especial no caso das crianças do primeiro ciclo, em que os pais contactam diariamente com eles”.

Os assistentes operacionais estão na portaria, nos recreios, nas cantinas e bares, na biblioteca, nos ginásios.

Muitos trabalham nas escolas há mais de 20 anos e recebem o salário mínimo: 41,5% ganham 580 euros, 57,4% levam para casa entre 581 e 650 euros e apenas 1,1% tem um vencimento superior a 650 euros, segundo o inquérito.

“São uma peça essencial nas escolas e ganham uma miséria. Eles fazem tudo para que a escola funcione bem, mas é gente já com alguma idade”, lamenta Filinto Lima.

Quase metade (45,5%) tem entre os 50 e os 60 anos e os casos de auxiliares com menos de 30 anos reduzem-se a menos de 1% do total.

As baixas médicas são a causa mais apontada para a falta de assistentes operacionais, uma situação que é agravada pela dificuldade em conseguir substituir os funcionários em falta, segundo a maioria dos diretores.

Outro dos problemas revelados pelo estudo hoje divulgado prende-se com a falta de formação: No último ano, 46,6% não teve qualquer formação.

Os trabalhadores não docentes da rede pública têm uma greve marcada para sexta-feira.

Convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, a greve visa “a integração de todos os trabalhadores precários, a alteração da nova portaria de rácios, a dotação dos mapas de pessoal com número de trabalhadores efetivamente necessário que garanta a criação da carreira especial e o fim da municipalização”.

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