Chesebro é o terceiro réu no caso da Geórgia a declarar-se culpado e o segundo membro da equipa jurídica de Trump a fazê-lo, um dia após a confissão de culpa da advogada Sidney Powell.

O advogado confessou-se culpado numa audiência realizada hoje no Tribunal do Condado de Fulton, responsável por este caso que tem 19 arguidos, incluindo o ex-presidente, e concordou em testemunhar em qualquer julgamento a esse respeito.

Durante a audiência, reconheceu ter cometido os crimes de que é acusado, entre eles ter “conspirado” com Trump e outros aliados para tentar reverter o resultado das eleições presidenciais na Geórgia obter a vitória naquele estado ao Republicano.

A confissão de culpa ocorre após um acordo entre os procuradores e a defesa de Chesebro, que concordou em ser condenado a cinco anos de liberdade condicional, a pagar uma multa de cinco mil dólares (4.700 euros) e a realizar 100 horas de serviço social.

O advogado garantiu ainda que já cumpriu outro dos requisitos do acordo: o de escrever uma carta aos cidadãos da Geórgia a pedir perdão pelos seus atos.

O depoimento de Chesebro — que o acordo proíbe agora de comunicar com os restantes réus — poderá ser fundamental na acusação contra Trump neste caso, uma das quatro acusações criminais enfrentadas pelo ex-presidente, que apesar de todos os problemas judiciais continua em campanha eleitoral para tentar regressar à Casa Branca em 2024.

Trump continua a ser o candidato favorito nas primárias Republicanas para conquistar a candidatura do partido à Casa Branca.

A advogada Sidney Powell — que se tornou o segundo réu neste processo a fazer um acordo com os procuradores – foi acusada, juntamente com Trump e outras 17 pessoas, de violar a lei estadual anti-extorsão, tendo apresentado um recurso no dia anterior ao início do seu julgamento.

Powell declarou-se culpada de seis contravenções por conspiração para interferir intencionalmente no desempenho de funções eleitorais.

Como parte do acordo, a advogada de 68 anos cumprirá seis anos de liberdade condicional, será multada em cerca de seis mil euros e terá que escrever uma carta de desculpas ao estado da Geórgia e seus habitantes, tendo também concordado em testemunhar contra outros réus, em julgamentos futuros.

A aceitação de um acordo judicial foi uma reviravolta para uma advogada que, talvez mais do que qualquer outra pessoa, promoveu vigorosamente teorias de conspiração infundadas sobre o resultado eleitoral de 2020.

Se os procuradores a obrigarem a testemunhar, Powell poderá fornecer informações sobre uma conferência de imprensa em que participou em nome de Trump, logo após a eleição, e sobre uma reunião na Casa Branca em que participou, em meados de dezembro daquele ano, durante a qual foram discutidas estratégias e teorias para influenciar o resultado da eleição.

Há um mês, o réu Scott Graham Hall também já se tinha declarado culpado de cinco acusações de contravenção, tendo sido condenado a cinco anos de liberdade condicional.

Os procuradores alegam que Powell conspirou com Hall para conseguir acesso a equipamentos eleitorais sem autorização e contratou uma empresa de informática para enviar uma equipa ao condado de Coffee, no sul da Geórgia, para copiar ‘software’ e dados de máquinas de votação.

As datas do julgamento dos 16 réus restantes não foram definidas, incluindo a do ex-presidente da Câmara de Nova Iorque, Rudy Giuliani, que foi advogado de Trump, e a de Mark Meadows, que foi chefe de gabinete de Trump na Casa Branca.