
Infelizmente estes acidentes não são incomums, seja num caso de um petroleiro ou mesmo em plataformas nos oceanos. Recentemente, em dezembro de 2024, dois petroleiros russos derramaram mais de 8000 toneladas de fuelóleo, mas o maior incidente ambiental no oceano ocorreu em abril de 2010 na plataforma Deepwater Horizon, unidade semissubmersível que se encontrava no Golfo do México a apenas 66 km da costa do Estado da Louisiana, nos Estados Unidos da América.
A estrutura da plataforma não suportou as enormes explosões de gás metano e quase cinco milhões de barris com óleo foram para ao mar, com a vida marinha na região a agonizar com danos que levaram anos para serem reparados. O petróleo age de forma agressiva no oceano, atingindo organismos marinhos e também organismos que dependem do mar para conseguir alimento, o que leva, depois, muitos anos para ultrapassar.
Um estudo revelou, por exemplo, que pequenas quantidades de resíduos de petróleo subsistiam no fundo do mar 10 anos depois do desastre da plataforma da Deepwater Horizon, no Golfo do México.
Os principais prejudicados nestes casos
Plâncton:
As primeiras espécies a serem atingidas pertencem ao plâncton, a base da cadeia alimentar dos oceanos. São seres que dependem das marés para se movimentarem e ficam assim muito vulneráveis à contaminação. O ecossistema fica também ele vulnerável devido depois à falta destes organismos.
Tartarugas:
São o animal mais prejudicado, pois vêm à superfície respirar e acabam por ficar presas no óleo, acabando por morrer sufocadas.
Algas e peixes:
O óleo pode impedir que as algas recebam luz, prejudicando a fotossíntese, e reduzindo o oxigénio na chamada coluna de água. Isto provocará também insuficiência respiratória nos peixes, levando-os à morte.
Os peixes também sofrem danos pela ingestão de alimentos contaminados (crustáceos e moluscos) e pela absorção de compostos tóxicos presentes na coluna de água durante a sua respiração.
Aves marinhas:
O óleo impede o voo das aves marinhas e fazem com que elas se afundem quando estão na água, além de perderem também a capacidade de manter a sua temperatura corporal, podendo morrer de frio.
Crustáceos e moluscos:
Além do óleo em si, os crustáceos e moluscos também sofrem com os dispersantes químicos usados para combater as manchas de óleo.
As grandes catástrofes nos oceanos
México – Baía de Campeche
A 3 de junho de 1979, a plataforma mexicana "Ixtoc 1" rompeu-se na Baía de Campeche, no México e derramou 420 mil toneladas de petróleo no mar. A enorme maré negra afetou uma área de mais de 1.600 quilómetros quadrados.
Estados Unidos – Louisiana
A maré negra que atingiu a costa do estado americano de Louisiana gerou uma catástrofe nacional nos Estados Unidos. Envolveu a embarcação americana Exxon Valdez, em 24 de março de 1989.
Golfo Pérsico
Um dos maiores derrames de petróleo da história foi provocado pelo Governo do Iraque, que em janeiro de 1991, atirou ao Golfo Pérsico mais de 1 milhão de toneladas de óleo dos poços do Kuwait para dificultar o desembarque aliado.
Rússia – Rios Usa e Kolva
A ruptura de um oleoduto na República Autónoma dos Komi, no norte da Rússia, em agosto de 1994, causou uma catástrofe ambiental de grandes dimensões, com um derrame de entre 200 a 300 mil toneladas de petróleo.
Península Ibérica e França
O Prestige foi um navio-petroleiro que se afundou na costa galega, produzindo uma imensa maré negra, que afetou uma ampla zona compreendida entre o norte de Portugal e as Landas ou Vendée em França, tendo especial incidência na Galiza. O petroleiro transportava 77 mil toneladas de óleo combustível pesado.
Estados Unidos – Golfo do México
Depois de uma explosão na plataforma Deepwater Horizon, em 2010, cinco mil barris, com quase 800 mil litros de petróleo, caíram no mar do Golfo do México. Mais de 1.600 quilómetros de águas foram contaminadas pela mancha de óleo. Diversas praias americanas ficaram em estado crítico.
Comentários