Os e as manifestantes concentraram-se cerca das 14:30, na praça dos Restauradores, em Lisboa, e marcharam até à praça do Município.

Presentes na manifestação estiveram elementos da direção do MDM e dos seus núcleos regionais e outras organizações que decidiram associar-se ao protesto, como é o caso da Associação Portuguesa de Juristas Democratas, da Associação Geral das Mulheres Chinesas em Portugal, da Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes (CNOD), entre outras.

"Concretizar os direitos das mulheres na lei e na vida", "Mulheres em luta pelo trabalho com direitos e contra a precariedade" e "Sem igualdade não há liberdade" eram algumas das frases exibidas nos cartazes.

Em declarações à agência Lusa, Regina Marques, da direção e do secretariado nacional do MDM, salientou que a questão laboral é o principal obstáculo à igualdade no tratamento das mulheres, sendo esse o tema principal da manifestação.

"É sobretudo as questões laborais. A igualdade [salarial], a regulamentação dos horários, a pressão nos empregos para que as pessoas trabalhem horas sem fim, para que haja turnos às 03:00 e às 04:00 da manhã. Essa é uma questão fundamental para as mulheres jovens, que têm filhos", disse a responsável do MDM.

Para Regina Marques, esta "é também uma questão transversal" a todas as profissões.

"As pessoas querem uma melhor qualidade de vida, melhores condições de trabalho e [sobretudo que haja] tempo para viver, tempo para estar com os filhos, para ler, para descansar", afirmou.

Ao longo do percurso a pé pela Baixa de Lisboa - entre os Restauradores e a Praça do Município, onde várias mulheres discursaram para a multidão em protesto -, foram muitas as pessoas que se juntaram ao cortejo, que tinha um grupo de músicos (trompete, saxofone, tuba e outros instrumentos de sopro) à cabeça, e um grupo de percussionistas (bombos e tambores), de Alcabideche, no meio.

Entre fotografias dos turistas estrangeiros na capital - que faziam perguntas aos manifestantes sobre os motivos do protesto - as dirigentes do MDM ainda contaram com a presença do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que se associou à manifestação e foi cumprimentando as caras conhecidas em cortejo.

As palavras de ordem variaram entre 'slogans' sobre a igualdade salarial e de direitos e pedidos de ação contra a discriminação, a violência conjugal e o tráfico de mulheres.

"É evidente que esta sociedade tem trazido outras questões ao de cima. Entre elas está a violência doméstica, que traduz a falta de respeito que há pelos direitos das mulheres. A questão do poder de um homem para bater numa mulher é, pura e simplesmente, uma questão de falta de respeito. É não considerar as mulheres como seus iguais", salientou Regina Marques.

A responsável disse ainda que existem "imensas mulheres traficadas em Portugal". "E algumas são portuguesas, não são apenas estrangeiras", referiu.