Na capital chilena, os manifestantes concentraram-se no parque Bustamante para apoiar a mobilização internacional convocada pelo autoproclamado Presidente interino da Venezuela e para exigir a saída de Nicolás Maduro do país.
A concentração, liderada pela encarregada diplomática nomeada pelo Presidente interino, Guarequena Gutiérrez, começou às 11:00 locais (14:00 de Lisboa) e reuniu pessoas de todas as idades transportando bandeiras e cartazes contra o “regime ditatorial de Maduro”.
Gutiérrez, que também foi reconhecida pelo Presidente do Chile, Sebastián Piñera, disse no discurso que proferiu que a Venezuela “não aceita mais diálogo”, porque existe “uma crise humanitária bárbara”.
Por essa razão, a representante sublinhou os pedidos da oposição, que passam pelo “fim da usurpação, a criação de um Governo de transição, a realização de eleições livres e o fornecimento de ajuda humanitária de que o povo venezuelano tanto precisa”.
“Hoje, temos o nosso primeiro contacto com a comunidade venezuelana no Chile e vamos pedir-lhes que aguentem, que recordem todas as vezes em que pensaram fazer as malas para regressarem. As malas, vamos fazê-las em breve e todos os que quiserem regressar ao país serão bem-vindos”, declarou a diplomata.
Os manifestantes dispersaram de forma pacífica no final da concentração, que contou com música tradicional venezuelana, enquanto os participantes repetiam ‘slogans’ contra o Governo de Maduro e em apoio a Guaidó.
Os bonés e camisolas de manga curta com as cores da bandeira da Venezuela encheram o espaço em torno do palco em que diversos representantes da comunidade venezuelana no Chile se dirigiram aos presentes com mensagens de ânimo e de esperança.
Houve um momento de silêncio em homenagem aos mortos durante os protestos na Venezuela — pelo menos 45 — desde o início do ano.
Também houve momentos de celebração, como quando anunciaram nos altifalantes a decisão do comandante general da Aviação Militar Bolivariana, Pedro Alberto Juliac, de “desconhecer a autoridade ditatorial” de Maduro e apoiar Guaidó.
Nos últimos meses, mais de 200.000 venezuelanos entraram no Chile, em fuga à má situação económica e social no seu país, e aí se constituíram como uma forte comunidade e um dos grupos mais numerosos de estrangeiros residentes, especialmente na capital, Santiago, onde se concentra a grande maioria.
Em Barcelona, a manifestação decorreu na praça Catalunya sob o lema “Venezuela livre” e a ela assistiram o porta-voz do partido Cidadãos (centro-direita), no Parlamento regional, Carlos Carrizosa, o eurodeputado da formação laranja Javier Nart, o ex-presidente do PP catalão (direita) Xavier García Albiola e o presidente do Grupo Popular na Câmara Municipal de Barcelona, Alberto Fernández Diaz, além de políticos do VOX (extrema-direita).
Os manifestantes, brandindo bandeiras venezuelanas, gritaram palavras-de-ordem a favor do autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó, e exigindo a retirada de Nicolás Maduro.
“Tic tac, Maduro”, “Está na altura de passar à ação” e “Venezuela livre” eram alguns dos lemas que podiam ler-se nos cartazes brandidos pelos participantes na manifestação anti-chavista.
Em Bruxelas, foram cerca de 50 os cidadãos venezuelanos que hoje se concentraram no centro da cidade para apoiar Guaidó, o presidente da Assembleia Nacional — o único órgão de soberania do país reconhecido interna e internacionalmente como legitimamente eleito — que a 23 de janeiro se proclamou Presidente interino da Venezuela para convocar “eleições livres e justas”.
Os participantes na manifestação pediram também à União Europeia que assuma uma posição firme em relação à ditadura de Nicolás Maduro, empunhando bandeiras venezuelanas e brandindo cartazes em que se lia “Maduro Ditador” e “SOS Venezuela”.
“Precisamos da Europa como nossa aliada na reconstrução da Venezuela”, disse à agência noticiosa espanhola Efe a presidente da plataforma da oposição venezuelana VenEuropa, Patricia Betancourt.
A representante da associação explicou que o objetivo do ato hoje realizado junto à estação central de Bruxelas era responder ao apelo na Venezuela para “pedir à União Europeia e aos países membros que reconheçam definitivamente Juan Guaidó e que, além disso, apoiem a agenda que propôs”.
Essa agenda inclui “o fim da usurpação, um Governo de transição e, não antes de esse Governo decidir, eleições livres”, indicou.
Sobre a ideia de um grupo de contacto de países europeus e latino-americanos para promover uma dinâmica política na Venezuela que leve à realização de eleições, Betancourt considerou que o prazo de 90 dias não é suficiente “para um país destruído em todos os âmbitos: social, político, económico e cultural”.
“Precisamos do tempo que for necessário para limpar as instituições e garantir que todos os venezuelanos poderão votar”, frisou.
Explicou ainda que os venezuelanos que se encontram nos diversos países europeus estão a tentar coordenar as suas ações e que o objetivo é criar uma plataforma europeia de associações venezuelanas que aglutine todos para “canalizar as ajudas e projetos” que se levem a cabo nesse âmbito.
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