De acordo com a imprensa local, milhares de pessoas estão já concentradas nas ruas da região administrativa especial chinesa para a marcha anual pela democracia, mesmo depois de a polícia ter pedido aos manifestantes que cancelassem a marcha ou alterassem a rota.
No dia em que se assinala o 22.º aniversário da transferência de soberania para a China, a antiga colónica britânica prepara-se para ser novamente palco de uma manifestação maciça: a marcha que se realiza todos os anos em prol da democracia é também hoje uma marcha contra as controversas emendas à lei de extradição, que permitiria extradições para a China continental.
Esta manhã, pouco antes da tradicional cerimónia do hastear das bandeiras da China e de Hong Kong, a polícia carregou sobre grupos de manifestantes, sobretudo jovens, que tentavam bloquear algumas das principais artérias da cidade.
Em 1 de julho de 1997, Hong Kong, após 156 anos sob domínio britânico, regressou à soberania chinesa. Tal como em Macau, dois anos depois, o regresso decorreu sob o princípio 'um país, dois sistemas', precisamente o que os opositores às alterações da lei garantem estar agora em causa.
Para as duas regiões administrativas especiais da China foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário, sendo o Governo central chinês responsável pelas relações externas e defesa.
Propostas em fevereiro, as alterações à lei da extradição permitiriam que a chefe do Governo, Carrie Lam, e os tribunais de Hong Kong processassem pedidos de extradição de suspeitos de crimes para jurisdições sem acordos prévios, como é o caso da China continental.
Lam suspendeu o debate da proposta de lei, mas mesmo assim não conseguiu apaziguar os manifestantes.
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