“Quando faremos as pazes entre nós?”, gritaram os manifestantes, numa comparação com o acordo histórico de normalização das relações diplomáticas alcançado com os Emirados Árabes Unidos (EAU), anunciado na quinta-feira, e como parte de um acordo para evitar a anexação israelita de territórios palestinianos ocupados.
Os protestos têm sido repetidos quase diariamente e, aos sábados, no fim do ´sabat´, dia de descanso no judaísmo, têm sido intensos na Cidade Santa.
Segundo a imprensa, hoje reuniram-se cerca de 50 mil pessoas em todo o país e os protestos mais concorridos foram frente à residência oficial de Netanyahu em Jerusalém e frente à sua casa privada na cidade costeira de Cesárea.
O primeiro-ministro israelita foi acusado esta semana de tentar forçar novas eleições por não ter chegado a acordo nos pressupostos traçados com o seu parceiro de coligação, o centrista Benny Gantz, antes de 25 de agosto, para evitar a dissolução do parlamento.
Depois do pacto alcançado com os EAU, em troca de suspender temporariamente a anexação de território palestiniano ocupado pela Cisjordânia, grande parte do seu eleitorado colono de direita advertiu que não voltará a dar-lhe votos.
Por seu turno, o Conselho Yesha, que congrega a maioria de assentos judeus na Cisjordânia, anunciou hoje que não irá apoiar Netanyahu.
Em tribunal, o primeiro-ministro está a ser julgado por fraude, suborno e abuso de confiança em três casos de corrupção, e, a partir de janeiro, terá de apresentar-se perante um juiz três vezes por semana.
Israel está a enfrentar uma segunda onda da pandemia que não tem conseguido estabilizar e os cidadãos estão também a criticar a gestão de Netanyahu face à crise económica, que assenta em 20% de desemprego, face aos 4% registados em fevereiro deste ano.
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