Com esta saída "perde a União Europeia e perde o Reino Unido", começou por dizer acrescentando que "acabam por perder mais do que muitos pensaram ou pensam".

"Ao mesmo tempo, há um desafio. E o primeiro desafio, desde logo, é avançar para um entendimento e para um acordo", declarou o presidente da república. Porque "uma coisa é uma saída sem acordo, outra é com acordo", insistiu.

"Sinto aquilo que quem ensinou história política e direito político não pode deixar de sentir: é que a História não começa nem acaba hoje", declarou.

"O Reino Unido entrou [na UE] já lá iam mais de vinte anos de existência das comunidades europeias (...) A História não acaba aqui, continua a ser construída e deve ser construída por todos os europeus, por todos os estados-membros da União Europeia em conjunto. Unidos para criar a tal parceria de futuro com o Reino Unido".

Sobre o nosso país, Marcelo disse estar "Portugal numa posição privilegiada porque conhece Inglaterra como aliado há 635 anos".

"Não deixando de dar importância ao momento que vivemos, como perda, que é, e como um desafio, que também o é, diria que há muita história por viver e por fazer. E nessa história por fazer há tanta coisa a realizar em conjunto com o Reino Unido, no domínio militar, da segurança, da luta antiterrorista e da parceria económica, tecnológica e educativa".

Pelas razões acima enumeradas, disse, "não nos podemos deixar influenciar pelo momento vivido, mas que nem é o começo da história do Reino Unido, ou sequer da Inglaterra, nem é o fim da sua história". Mais, "não foi o começo da história das comunidades europeias, nem será o fim da sua história".

"Há que encarar esta realidade naturalmente com pena", continuou, mas "este foi o exercício da liberdade do Reino Unido".