“Há várias respostas muito boas, com profissionais ótimos, o problema é a cobertura total, a capacidade de resposta. [A saúde mental] é um problema que tem galopado em todas as sociedades”, afirmou Marcelo de Sousa aos jornalistas, no âmbito de uma visita que realizou esta manhã ao Centro Hospitalar Conde Ferreira, no Porto.

Segundo o chefe de Estado, a saúde mental é “uma questão que bate à porta de tantas famílias”, sendo que “algumas não assumem de frente e outras assumem, mas com falta de meios”, sendo um problema “em que se arrancou tarde na sociedade portuguesa para uma resposta global”.

Marcelo Rebelo de Sousa quis hoje conhecer “e agradecer” o trabalho que é desenvolvido naquela unidade hospitalar, tutelada pela Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP), destacando as “muitas valências” que ali existem.

O Presidente destacou a “maior horta social biológica” - comunitária e terapêutica - “na Europa” que ali existe, bem como “a relação entre crianças e animais como forma terapêutica”, que é desenvolvida pelo Pony Club do Porto, uma instituição particular de solidariedade social que funciona desde março num espaço contíguo à horta.

“Isto é muito bom, quer dizer que estamos na ponta daquilo que se faz um pouco por todo o mundo e por toda a Europa”, salientou.

O Presidente da República referiu que a SCMP tem “grande mérito” neste trabalho, “por estar atenta a problemas sociais, que são problemas cada vez mais pesados nas sociedades contemporâneas”.

“E agradecer, porque merece ser agradecido. Dir-se-á que é o dever das instituições, sim, é o dever, mas o que é facto é que há quem faça melhor e quem faça um bocadinho menos bem, e aqui faz-se os possíveis para que seja o melhor”, concluiu.

Nesta visita, Marcelo esteve no viveiro, local onde pessoas com necessidade de cuidados de saúde do foro mental aprendem a plantar, colher e tratar da terra.

O chefe de Estado ajudou Julinha a plantar sementes de melancia, acabou por fazer uma massagem lombar a um outro utente que se queixou de dores das costas e ouviu o Rui a explicar que, após a plantar atingir determinado tamanho no viveiro tem de ser colocada na terra.

Também ouve troca de palavras sobre futebol com o Presidente, mas Marcelo explicou ao utente que não é portista, nem benfiquista nem sportinguista, mas por Portugal, apesar de antes de assumir este cargo tinha “outro clube”.

É também no Centro Hospitalar Conde Ferreira que existe um espaço destinado a dar respostas aos sem abrigo, que Marcelo Rebelo de Sousa quer ver integrados até “2023/2024”.

Na noite de quinta-feira, depois de jantar com sem-abrigo na Associação dos Albergues Noturnos do Porto, o Presidente assegurou que assegurou que a integração destas pessoas até 2023/2024 é “uma meta para cumprir” e identificou a saúde como a área em que é preciso “ir mais longe do que se tem ido”.