“Acho que é tão evidente o que se vive em Portugal e o esforço dos portugueses que seria negar a realidade não reconhecê-la. Serem os outros a reconhecê-la, sobretudo quando foram os mais críticos, os mais duros, os mais exigentes e, muitas vezes, os menos compreensivos com a situação portuguesa, naturalmente nos enche de satisfação”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, em Vila do Conde, distrito do Porto, onde participou na Procissão do Corpo de Deus.

Para o chefe de Estado português, os elogios feitos hoje pelo ministro alemão Wolfgang Schauble mostram que Portugal “está num bom caminho”, designadamente a “controlar as finanças públicas, a crescer, a diminuir o desemprego e a contribuir para baixar os juros da dívida”.

Em declarações aos jornalistas perto das 20:00, Marcelo Rebelo de Sousa concordou com o ministro alemão, dizendo que o caso português “é um bom exemplo” e manifestou-se “feliz” pelo reconhecimento.

“Foram muitos anos. Foram cinco anos e meio de sacrifício dos portugueses, que enfrentaram dificuldades enormes. E valeu a pena, porque mudamos a situação de crise e porque a Europa reconheceu o que era justo que reconhecesse”, afirmou.

“Nesse sentido, é uma grande alegria e uma profunda compensação que justifica o agradecimento do PR a todos portugueses”, acrescentou.

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, disse hoje no Luxemburgo que a intenção de Portugal de pagar antecipadamente 10 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) demonstra que o programa de assistência português “é uma história de sucesso”.

“Enviei o pedido de Portugal ao parlamento alemão, que tem de o aprovar, mas estou certo de que não haverá nenhum problema. E isto demonstra que o programa de [assistência a] Portugal é uma história de sucesso”, afirmou Schäuble à entrada para uma reunião de ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo).

Na anterior reunião dos ministros das Finanças da União Europeia, em 23 de maio passado em Bruxelas, o Governo português pediu autorização aos seus parceiros europeus para pagar antecipadamente ao FMI cerca de 10 mil milhões de euros dos empréstimos concedidos durante o programa de assistência financeira, o que será apreciado pelo Conselho Ecofin na reunião de sexta-feira.