“Há um caminho a percorrer. Será mais longo ou mais curto? Nós queremos que seja mais curto. No dia 12 de dezembro faço 75 anos. Até 2030, são mais sete… Espero estar vivo e antes de fazer 82 ou 83 anos poder ver a Moldova na UE. Isto é uma forte convicção que tenho: a Moldova vai demonstrar que pode aderir até 2030”, sustentou o Presidente da República, em declarações aos jornalistas, no palácio presidencial daquele país, em Chișinău.

O chefe de Estado português disse ter “a certeza de que vai haver uma decisão entre o final deste ano e o início do próximo”, aludindo à resolução que o Conselho Europeu poderá tomar em dezembro de abrir formalmente as negociações com vista à adesão da Moldova.

“Sentimos que a Moldova está a fazer tudo o que é preciso para mostrar trabalho árduo nas mesmas áreas que nós enfrentámos há vários anos [para aderir à UE]: serviço social, justiça, contexto legal das instituições políticas, condições económicas, luta contra a corrupção, entre outras”, salientou.

Sem esquecer a vizinha Ucrânia, que está há mais de um ano e meio a tentar repelir uma invasão da Federação Russa, Marcelo Rebelo de Sousa disse à homóloga que a segurança do país também é da responsabilidade de Portugal e dos restantes 26 Estados-membros da União Europeia.

“As vossas fronteiras são as nossas, como as da Ucrânia são as nossas. Estamos muito longe uns dos outros, vocês estão no Este e nós no Oeste, mas é a mesma luta”, advogou, repetindo as palavras que disse ao homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, quando visitou o país, em agosto.

Perante Maia Sandu, o Presidente da República português disse que as relações entre os dois países “começaram há 30 anos”, quando uma “comunidade importante e trabalhadora” foi morar para Portugal: “Milhares e milhares de moldavos em Portugal são uma contribuição importante para a nossa economia, para a nossa justiça social, e nós estamos gratos”.

O Presidente da República está entre hoje e terça-feira numa visita oficial à República da Moldova, a convite da homóloga, Maia Sandu, que visitou Lisboa no início de outubro.

É a primeira visita de um chefe de Estado português ao país.

No programa estão incluídos encontros com o presidente do parlamento e o primeiro-ministro, a participação de Marcelo Rebelo de Sousa numa palestra para estudantes universitários e a assinatura de um memorando entre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a congénere moldava.

(Notícia atualizada às 13h14)