À margem da iniciativa “Artistas em Belém”, e questionado pelos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa apenas fez um comentário sobre o antigo ministro da Saúde socialista, que revelou hoje à Lusa que se retirou da eleição a um segundo mandato à frente do CES, depois de dois ‘chumbos’ do parlamento.

“A única coisa que posso dizer é que tive sempre um relacionamento muito bom com Correia de Campos e acho que ele foi um muito bom presidente do CES”, afirmou o chefe de Estado.

Já sobre a forma como viu a falta de entendimento entre os partidos para elegerem, além do presidente do CES, dois juízes para o Tribunal Constitucional (TC), e sete vogais para o Conselho Superior da Magistratura (CSM), o Presidente foi cauteloso.

“Como sabem, não avalio o que se passa na Assembleia da República, nem em relação à negociação do Orçamento do Estado, nem às leis mais difíceis, nem às eleições de titulares de órgãos”, afirmou.

Questionado sobre a expressão usada pela líder parlamentar do PS, Ana Catarina Mendes, de que o falhanço daquelas eleições representava um “bloqueio” às instituições democráticas, Marcelo Rebelo de Sousa preferiu salientar a normalidade do processo.

“A Assembleia da República está a funcionar, haverá certamente ocasião de deliberar novamente sobre a matéria, não é a primeira vez que existem várias votações relativamente a titulares de órgãos”, salientou.

Hoje, à Lusa, Correia de Campos justificou a recusa em candidatar-se a uma terceira eleição: “Não vou, por razões puramente pessoais, as mesmas razões pelas quais me candidatei em dezembro e, agora, são as mesmas razões, pelas quais tenho de guardar reserva”.

A Assembleia da República voltou a ‘chumbar’ na sexta-feira o nome de Correia de Campos, indicado pelo PS, para um segundo mandato na presidência do CES, depois de uma primeira recusa em dezembro do ano passado.

Na mesma ocasião, o parlamento não deu também os necessários dois terços aos nomes indicados pelo PS para o TC - Vitalino Canas e Clemente Lima - e nem mesmo à lista conjunta de socialistas e sociais-democratas para o CSM.