"É um equilíbrio difícil. Há os que dizem: é demasiada redução do défice. Há os que dizem: é demasiada preocupação social. O equilíbrio, nesta situação, é uma prova de vivência e maturidade democrática. É possível, na Europa, ter diferentes vias para a construção do equilíbrio financeiro. São diferentes, são diversas, umas à direita, outras à esquerda", afirmou.

Marcelo Rebelo de Sousa, que falava na Universidade Carlos III, em Madrid, onde se encontra em visita de Estado a Espanha, acrescentou: "Então, Portugal tenta, busca apresentar uma via de equilíbrio – até hoje, com bons resultados. Isto é muito bom para Portugal, é muito bom para os portugueses".

O chefe de Estado tinha sido questionado por uma aluna sobre o "sucesso da recuperação" económica de Portugal.

Na resposta, avisando que iria falar no seu "péssimo castelhano", o Presidente da República começou por recusar que se veja essa evolução económica recente como "um milagre", contrapondo que resulta do "trabalho de dois governos" e também de "causas externas".

Estavam presentes na sala a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias, e os deputados Carla Barros, do PSD, Luís Testa, do PS, António Carlos Monteiro, do CDS-PP e Rita Rato, do PCP, que acompanham Marcelo Rebelo de Sousa na sua visita de três dias ao Reino de Espanha.

Marcelo Rebelo de Sousa centrou-se, depois, no "trabalho deste Governo, com a redução do défice, da dívida pública, com condições para o crescimento, para o emprego, para a justiça social, e também com a estabilidade política e social".

Referindo que os portugueses, "com os seus sacrifícios, criaram as condições para esta evolução económica", prosseguiu: "É isto um exemplo de democracia? É um exemplo de democracia, porque se faz com estabilidade política, com uma governação de legislatura, de quatro anos, com uma preocupação de estabilidade económica e social – com tensões que são próprias da democracia".

Perante a plateia composta, sobretudo, por estudantes de mestrado, o Presidente da República descreveu o atual quadro político nacional dizendo que "há um Governo minoritário, com apoio parlamentar maioritário, há duas oposições fortes".

"Há uma preocupação de equilibrar o que é necessário para a redução do défice com a justiça social" e de "de recuperação do que foi sacrificado durante os anos da crise: quatro anos e meio de crise", acrescentou, concluindo: "É um equilíbrio difícil".

[Notícia atualizada às 18:17]