Em declarações aos jornalistas, no final de uma cerimónia no Museu João de Deus, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a comentar diretamente os resultados das eleições autárquicas e a situação do PSD, após o anúncio da saída de Pedro Passos Coelho.
Contudo, defendeu que é importante, "e agora mais do que nunca, que a legislatura se cumpra, que o Governo seja forte e mude aquilo que tem de mudar, isto é, tenha um espírito reformista, e que a oposição seja forte e se constitua como alternativa de Governo".
O chefe de Estado reforçou esta mensagem, afirmando que deve haver, "de um lado, um poder político forte, e do outro lado uma oposição igualmente forte, em condições de poder substituir, se for essa a vontade dos portugueses, quem está no Governo em 2019".
No que respeita à estabilidade política, Marcelo Rebelo de Sousa considerou: "Não depende, como imaginarão, do Presidente. Depende essencialmente dos partidos políticos".
Relativamente à ação do Governo, apontou como prioridades "que o percurso económico se traduza em crescimento, o financeiro em equilíbrio orçamental e o social em justiça para o maior número de portugueses".
Questionado sobre a situação do PSD, o chefe de Estado respondeu que "o Presidente nunca se intromete na vida partidária" e que "os problemas dos partidos são dos partidos, as questões que têm a resolver são dos partidos, as alegrias que têm são deles, as preocupações são deles".
O Presidente da República não quis, também, comentar a opção do seu antecessor, Aníbal Cavaco Silva, de não votar nas eleições autárquicas e de tornar isso público.
"Já sabem que eu não comento nem presidentes que foram, nem presidentes que hão de ser. Não comento os presidentes que foram, o que fizeram, não comento presidentes que hão de ser e o que vierem a fazer", retorquiu Marcelo Rebelo de Sousa.
Interrogado se o atual contexto de mudança no PSD corresponde ao novo ciclo pós-autárquicas a que se referiu em 2016, o chefe de Estado não quis "comentar nada mais ligado nem com resultados autárquicos - não é função do Presidente, é função os comentadores - nem com a situação política vivida".
Quanto à duração do atual quadro político, reafirmou que "o objetivo é a legislatura cumprir-se até ao fim", defendendo que "é um bom objetivo, deve continuar a ser um objetivo".
"Eu disse-o sempre. É importante para nós, até economicamente e financeiramente, cá dentro e lá fora, e agora mais do que nunca, que a legislatura se cumpra", acrescentou.
"Para Portugal, continua a ser importante haver legislatura que dure até 2019", repetiu.
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