Acompanhado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, o Presidente da República começará a sua visita a Chipre com uma cerimónia oficial de boas-vindas no Palácio Presidencial, em Nicósia, às 10:00 (08:00 de Lisboa).
Naquela que será a primeira visita de um chefe de Estado português à República de Chipre, Marcelo Rebelo de Sousa deporá uma coroa de flores junto da estátua do primeiro presidente do país, o arcebispo Makarios III, antes de se reunir com o seu homólogo cipriota, Nicos Anastasiades.
Neste encontro, João Gomes Cravinho e o ministro de Defesa cipriota deverão assinar um acordo de troca e proteção mútua de informação classificada, que está a ser negociado entre Portugal e Chipre desde 2019.
De seguida, às 12:10 (10:10 de Lisboa), o chefe de Estado português dirige-se até ao parlamento cipriota, onde terá um encontro com a presidente da Câmara dos Representantes, Annita Demetriou.
À tarde, Marcelo Rebelo de Sousa irá visitar o centro histórico de Nicósia, antes de se deslocar até à residência oficial da embaixadora de Portugal em Chipre, onde terá um encontro com a comunidade portuguesa que reside no país.
O Presidente da República terminará o seu dia com um jantar no Palácio Presidencial, com Nicos Anastasiades, que, pelo sistema constitucional presidencialista cipriota, também chefia o Governo do seu país.
Para domingo, Marcelo tinha prevista uma deslocação a Limassol, no sul de Chipre, que foi entretanto cancelada. Até ao momento, o Presidente da República ainda não tem qualquer ponto de agenda previsto para domingo.
A visita de Marcelo Rebelo de Sousa a Chipre terá como principal intuito “consolidar as relações bilaterais” entre os dois países, mas também “abordar um conjunto de temas relevantes” a nível internacional.
Entre estes temas, o Presidente da República deverá dar particular relevância à guerra na Ucrânia, “dada a posição e contexto de Chipre”, conforme explicou numa nota enviada aos deputados a propósito da sua deslocação ao país.
A República de Chipre ficou particularmente exposta aos efeitos económicos da guerra, dado que, além da forte comunidade russófona que vive no país, a Rússia representava cerca de 25% dos investimentos estrangeiros na ilha e um quarto do seu mercado turístico.
Segundo estimativas avançadas pelo Governo cipriota em junho, a perda de turismo russo poderá representar um custo de cerca de 600 milhões para a economia local este ano.
Fruto da importância da Rússia para a economia do país, a população cipriota foi das que, no conjunto da União Europeia (UE), mais se opôs aos pacotes de sanções contra a Rússia. De acordo com um Eurobarómetro divulgado em maio, apenas 48% dos cipriotas concordavam com as sanções económicas (contra 93% em Portugal).
No que se refere às relações bilaterais entre Portugal e Chipre, Marcelo será a segunda figura do Estado a visitar o país, depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter-se deslocado a Nicósia em janeiro de 2019, naquela que foi a primeira visita oficial de um chefe do executivo português à ilha.
Na altura, o primeiro-ministro tinha manifestado a sua vontade de as relações bilaterais entre Portugal e Chipre serem “desenvolvidas e aprofundadas” em algumas áreas específicas, designadamente no turismo, e nos domínios científico e empresarial.
Do seu lado, o presidente cipriota apontou como áreas prioritárias de uma futura cooperação a marinha mercante, a energia, a educação e a cultura.
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