O chefe de Estado falava em Aveiro na sessão de abertura do seminário "Portugal 2020: Os Fundos Comunitários e as Autarquias Locais", promovido pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e cuja realização o Presidente da República incentivou.
“A grande finalidade deste encontro é ser mobilizador para todos: para o Governo e para as autarquias”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, salientando que é preciso recuperar atrasos e defendendo um “compromisso de regime” para esse desiderato.
“É fundamental não desperdiçar esta oportunidade única do 2020. Na situação em que a Europa se encontra pode acontecer que não haja uma oportunidade igual para crescer e criar emprego e, por essa via motivar uma coesão social, indissociável da estabilidade”, declarou.
O Presidente da República referiu a “baixa taxa de compromisso” até julho do Portugal 2020 que é preciso acelerar “num momento em que Portugal precisa dessa realidade para compatibilizar os equilíbrios financeiros com o crescimento económico e o emprego”.
“Há diferentes caminhos, mas isso não pode impedir que uns e outros em domínios como o Portugal 2020 possam dialogar e criar aproximações e o Presidente da República continua a pensar que não há fossos intransponíveis. A prova disso é o poder local. Desde sempre os autarcas têm sabido criar convergências de posições e essa experiência tem de chegar à política nacional”, defendeu.
Renovando o apelo a consensos entre as diferentes forças políticas, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que “só uma visão de médio e longo prazo cria esperança nos portugueses”, elegendo como áreas a obter compromissos a Educação, a Saúde e a Segurança Social.
“Assistimos diariamente a um discurso político de “alívios” de um lado e “dramatizações” do outro, mas não pode ser assim. Há um país que exige perspetivas de médio e longo prazo, um projeto nacional, o que até não parece difícil. Temos de deixar de miniciclos experimentais na Educação, Saúde e Segurança Social”, advogou.
Falando para um auditório constituído por autarcas, o Presidente da República considerou a reforma do poder local outro dos grandes desafios nacionais, rompendo a cultura de centralismo enraizada.
“A descentralização que o Governo se propõe avançar, se reforçar as funções autárquicas, com os correspondentes recursos, só pode merecer aprovação”, concluiu.
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