O Presidente da República começa por lembrar as semanas de campanha e o período de debate que as antecedeu. "Tudo com o objetivo de mobilizar os portugueses".  Assegurando que nada, nem ninguém se pode sobrepor à vontade popular.

Depois, salta para uma comparação com as eleições de 2022. Por essa altura, diz, as preocupações "expressas" eram a recuperação da economia depois da pandemia e os efeitos dessa recuperação na vida das pessoas. "Não expressa", era "o medo que a paz falhasse e a guerra ocorresse na Ucrânia", refere Marcelo dizendo que antecipou por 24 dias esse medo no seu apelo ao voto.

Também nestas eleições há duas preocupações expressas, "a urgência de acelerar a recuperação da economia", a outra "os efeitos desse compasso de espera provocado pela guerra na saúde, na habitação, noutras áreas sociais, para os mais jovens sobretudo o desemprego. Para os menos jovens a garantia futura das pensões e das reformas". Por fim, usa uma terceira preocupação "não expressa", mas "pensada por todos" embora não tenha sido discutida, uma "preocupação quase silenciosa ou falada a meia voz, mas que acaba por minar tudo mais é: o que se passará lá fora este ano e nos anos seguintes? Nas eleições americanas? Nas eleições europeias e no que significarão para a guerra na Ucrânia? O médio oriente, as tensões do mar vermelho, a economia mundial e, novamente, a subida dos preços e o custo do juros."

Resume dizendo, "no fundo o que é decisivo para o arranque da economia, para as condições de vida de todos, especialmente os mais pobres, os mais excluídos, os mais dependentes. Mas também para a defesa nacional e para a segurança. E para outras instituições soberanas para a justiça. Em tempos de guerra e de insegurança, olhar também para estas áreas mais expostas ao ambiente vivido e das quais os portugueses mais esperam certeza e previsibilidade, é muito importante."

"Em tempos assim", refere que é "quando importa mais votar". Dirige-se aqueles "que nos últimos meses não prestaram atenção ao que se passa lá fora, até porque já vivem suficientemente apreensivos com o seu dia-a-dia cá dentro", dizendo-lhes que "é nestes instantes que mais importa votar".

Depois, dirige-se aos "muitos que se afastaram, cansaram, se desiludiram", reforçando que "é em momentos mais graves como estes que importa votar".

Marcelo Rebelo de Sousa usa esta intervenção para um apelo ao voto e lembra os 50 anos de 25 de abril. Lembrando que passam também 49 anos do "primeiro voto direto de todas as mulheres e homens com mais de 18 anos em séculos de vida de Portugal".

E lança o futuro, "fecha-se um ciclo de meio século da nossa história e abre-se outro. Com novos desafios, novas ambições, mas sempre com os mesmos valores: democracia, liberdade, igualdade."

Como repto final, alerta, "porque os tempos são muito difíceis lá fora e, por isso, cá dentro. Porque nesses tempos baixar os braços é sempre a pior solução. Porque um voto desperdiçado, quando mais fazia falta, nunca é compensado por um voto mais tarde. Porque o tempo não pára e, muito menos, volta para trás."

Termina dizendo, "só o vosso voto decide, só o vosso voto escolhe, só o vosso voto é a palvra final. Não é a vontade de mais ninguém no nosso país, é a vossa vontade, é o vosso voto."

Marcelo apela ao voto pensando no futuro "dos vossos filhos, dos vossos netos. A pensar no futuro de Portugal".