"Dotada de uma inteligência brilhante, Carmen Chacón teve uma carreira fulgurante na política e destacou-se pela forma determinada e eficaz com que pautou a sua intervenção na vida pública de Espanha. Salientou-se por ser a primeira mulher a assumir a pasta da Defesa de um governo espanhol", afirma o chefe de Estado, numa nota publicada na página da Presidência da República na internet.

Na mesma nota, o Presidente da República, depois de tomar conhecimento "da inesperada morte" de Carmen Chacón, aos 46 anos, apresenta à família "as mais sentidas condolências".

Também no domingo, o PS manifestou "profundo pesar" pela morte da primeira mulher a ocupar a pasta da Defesa num governo espanhol.

"O Partido Socialista manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento da ex-ministra da Defesa de Espanha e dirigente do PSOE, Carme Chacón", afirmou o partido, numa nota de pesar divulgada na sua página na internet.

Fonte do PS acrescentou à agência Lusa que o secretário-geral do partido, António Costa, enviou ao PSOE e à família de Carme Chacón uma mensagem a manifestar "sinceras condolências".

"Carme Chacón, além de ter sido a primeira mulher a exercer o cargo de ministra da Defesa espanhola, foi sempre alguém que manteve ligações de proximidade com os socialistas portugueses. O Partido Socialista expressa aos seus camaradas do PSOE e à família de Carme Chacón as suas mais sentidas condolências por esta perda brutal hoje sofrida", lê-se ainda na nota do PS.

A ex-ministra da Defesa espanhola Carme Chacón, 46 anos, do Governo socialista de José Luis Zapatero, foi encontrada hoje à tarde morta, na sua residência em Madrid, disseram fontes policiais.

Uma amiga de Carme Chacón, que sofreu problemas cardíacos, encontrou-a hoje morta na sua residência, noticiou a Efe, que refere que o serviço de emergência 112 de Madrid recebeu uma chamada pelas 19:30 locais, 18:30 de Lisboa, em que uma pessoa afirmou que há muito tempo não tinha notícias da política. À sua residência deslocaram-se agentes da Polícia Nacional e os bombeiros de Madrid, que abriram casa.

Carme Chacón, que foi a primeira espanhola a assumir a pasta da Defesa, de 2008 a 2011, nasceu em 1971, em Esplugues de Llobregat, na área metropolitana de Barcelona.

Em 1994, Carme Chacó ingressou no Partido Socialista da Catalunha (PSC), e de 1999 a 2003 foi vereadora da municipalidade de Esplugues de Llobregat, e sua vice alcaide.

Em 2000 entrou para a Comissão Executiva Nacional do PSC e foi deputada por Barcelona de 2000 a 2004. Neste mesmo período foi secretária de Educação, Universidades, Cultura e Investigação, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE).

Entre 2003 e 2004 foi porta-voz do PSOE e, a partir desta altura, ocupou também a vice-presidência da Câmara de Deputados (câmara baixa do parlamento espanhol), até 2007, e foi secretaria da Cultura do PSOE até 2008.

Em 2007, José Luís Zapatero, então primeiro-ministro de Espanha, designou-a ministra da Habitação, cargo onde se manteve até 2008, quando foi nomeada ministra da Defesa.

No 38.º Congresso do PSOE, em 2012, apresentou-se como candidata a secretária–geral do partido, contra Alfredo Pérez Rubalcaba, cargo que perdeu por 22 delegados.

De 2013 a 2014 foi professora na Universidade de Dade, em Miami, na Florida.

Em 2014 foi eleita no congresso extraordinário do PSOE, secretária de Relações Internacionais, e em 2015 foi cabeça de lista do PSC às legislativas espanholas, tendo sido eleita deputada.

Renunciou ser candidata às legislativas de junho do ano passado, e passou a fazer parte de uma firma de advogados de Madrid.

Chacó foi uma dos 17 membros da Comissão Executiva Federal do PSOE que se demitiram para provocar a saída do secretário-geral Pedro Sanchéz, que renunciou em outubro do ano passado.

Sanchéz, na sua conta na rede social Twitter, afirmou-se “consternado e triste pela morte inesperada da sua companheira [de partido] Carme Chacón”.

Também o atual primeiro-ministro de Espanha, Mariano Rajoy, lamentou a morte de Carme Chacón, à qual se referiu, também na sua conta no Twitter, como “grande política com sentido de Estado”.