“Não houve proibição nenhuma, continuará a haver os cânticos, o que houve foi por razões meramente de medida sanitária nesta cerimónia dada uma orientação para que não existisse. Mas foi nesta cerimónia, não como regra geral, que eu acharia estranho, não faria sentido e felizmente não ocorreu”, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas.

O Presidente da República falava à margem da cerimónia no âmbito da Jornada Memória e esperança, que com o plantar de um carvalho nos jardins do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, evocou a memória das vítimas da pandemia de covid-19.

Questionado pelos jornalistas sobre o incidente que levou a que hoje, nas celebrações do Dia do Exército, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, tenha sido vaiado e pedida a sua demissão por centenas de ex-paraquedistas, o Presidente da República, que é também, por inerência de funções, o Comandante Supremo das Forças Armadas, disse ter-se informado imediatamente sobre o sucedido, tendo recebido a informação de que não houve qualquer proibição de cânticos.

Centenas de ex-paraquedistas vaiaram e pediram hoje a demissão do ministro da Defesa e do Chefe do Estado Maior do Exército durante a cerimónia militar nas comemorações do Dia do Exército, em Aveiro.

A iniciativa ficou marcada pelo protesto dos ex-paraquedistas, a que se juntaram antigos comandos, contra a alegada proibição de os militares no ativo cantarem o “Pátria Mãe”, o hino dos paraquedistas, durante o desfile militar.

À chegada à parada, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, foi recebido por um coro de assobios que se prolongaram durante os discursos do governante e do Chefe do Estado-Maior do Exército, José Nunes da Fonseca, que também foi vaiado.

Durante praticamente toda a cerimónia ouviram-se gritos de “demissão”, “deixa os homens cantar” e “palhaço”, intervalados com cânticos e o brado dos paraquedistas.