Em declarações à agência Lusa, o autarca explicou que o valor de cerca de dois milhões de euros avançado pelo município é baseado “numa leitura muito prévia” acerca dos estragos.
“Hoje, com certeza, chegarão novas coisas, mas, ontem [terça-feira] à noite ainda conseguimos estabelecer aqui um mapa onde identificámos uma leitura muito prévia” dos prejuízos, frisou o presidente do município de Campo Maior, onde 20 pessoas ficaram desalojadas.
Mas, salientou, este já é “um valor avultado para os cofres da autarquia”, mesmo que “seja uma autarquia que tenha as suas contas em dia”, como a de Campo Maior, mas não se conta “com este tipo de situações”.
Aludindo à visita da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, esta tarde a vários concelhos de Portalegre afetados pelo mau tempo, que começa em Campo Maior, às 15:30, Luís Rosinha mostrou-se esperançado em alguma ajuda do executivo.
“[Desde terça-feira], às 07:00, estamos cá a dar a cara e ao lado dos nossos munícipes, para os tentar ajudar naquilo que for possível, e aguardamos também aquilo que possa ser uma medida governativa que possa ajudar o município, mas sobretudo estas pessoas que ficaram sem uma vida”, argumentou.
Na estimativa de prejuízos, foi atribuída “uma percentagem média” ao que podem ser os danos nas habitações inundadas, mas também em equipamentos e mobiliários.
“Fizemos um cálculo médio daquilo que poderiam ser os custos e é nisso que baseámos estes dois milhões de euros”, disse, explicando que a maioria do valor está focado na zona da Alagoa, “onde estão as habitações inundadas, e na parte traseira, onde também está tudo completamente destruído”.
A zona do cemitério também sofreu “algumas consequências” e o chamado “retiro espiritual de São Joãozinho está completamente devastado”, acrescentou.
Acompanhada pelo presidente da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), Hugo Hilário, a ministra da Coesão Territorial vai deslocar-se também a Monforte, Sousel, Fronteira e Ponte de Sor.
A chuva intensa e persistente que caiu na terça-feira causou mais de 3.000 ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas, afetando sobretudo os distritos de Lisboa, Setúbal, Portalegre e Santarém.
No total, há registo de 83 desalojados, segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), e o mau tempo levou também ao corte e condicionamento de estradas e linhas ferroviárias, que têm vindo a ser restabelecidas.
Na zona de Lisboa a intempérie causou condicionamentos de trânsito nos acessos à cidade, situação que está regularizada na maior parte dos casos. Em Campo Maior, no distrito de Portalegre, a zona baixa da vila ficou alagada e várias casas foram inundadas, algumas com água até ao teto, segundo a câmara municipal.
Segundo a ANEPC, estão “cinco planos municipais de emergência ativos”, quatro no distrito de Portalegre e um em Santarém, mantendo-se em estado de alerta amarelo os planos especiais de emergência para as bacias dos rios Tejo e Douro devido ao risco de cheias.
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