“Entrar no Tennis Club da Figueira da Foz é ficar com uma lágrima no olho”, confessou à agência Lusa Joana Aguiar de Carvalho, presidente do clube centenário, sobre a destruição provocada pela tempestade, no sábado.

Foram precisos 101 anos, cumpridos em 07 de agosto, para o Tennis Clube da Figueira da Foz assistir a tamanha devastação e encerrar portas por falta de condições para a prática desportiva.

“Os três campos de padel ficaram destruídos, dois dos quatro ‘courts’ de ténis também não dão para usar, o restaurante está fechado e o telhado do clube danificado. Caíram os postes de eletricidade dos campos de ténis e, por isso, só na terça-feira conseguimos retomar algumas aulas em dois ‘courts’ até terminar a luz natural”, descreveu a dirigente, assegurando “ainda estar tudo abananado pelo valente susto”.

Além de prever um “encerramento das instalações de padel durante alguns meses, porque neste momento há outras prioridades” na zona, Joana Aguiar de Carvalho admite ainda não ter uma estimativa dos prejuízos, embora acredite que possam ser avultados.

“Temos seguro e estou em crer que isso será uma ajuda, mas os prejuízos serão elevados. Está tudo empenado, partido, caído. Não sabemos se teremos de colocar pisos novos nos ‘courts’ de ténis, não temos postes de eletricidade, não há luz e, neste momento, está tudo tão ocupado que não se conseguem empresas para avaliar os estragos e fazer orçamentos. Estamos todos cansados e exaustos”, completou, defendendo, contudo, que “tudo será reerguido de novo”.

Enquanto o Padel Club da Figueira da Foz ficou com a cobertura danificada e o piso de dois dos três ‘courts’ deteriorado, o campo do Hotel Rural Quinta d’Ana foi arrasado pelas rajadas de vento que atingiram máximos históricos, alcançando os cerca de 176 quilómetros/hora, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

“Ficou completamente destruído, não se aproveita nada. Foi uma coisa impressionante, durante uma/duas horas as pessoas ficaram retidas e fomos reduzidos a zero. Ainda não temos eletricidade e a Figueira da Foz ficou praticamente sem padel”, aludiu Rui Lopes, responsável pelo padel na Quinta d’Ana, arriscando dizer que “nunca ninguém imaginou que fosse tão grave e provocasse danos tão substanciais”.

Encerrado desde domingo está igualmente o Ténis Clube do Choupal, integrado na Mata Nacional do Choupal, em Coimbra, após a passagem do furacão Leslie.

“Com o temporal, a mata foi devastada e está interdita ao público, tal como o clube que está encerrado temporariamente. Os danos foram provocados sobretudo por quedas de árvores. Temos uma em cima do balneário. Os vidros do campo de padel partiram-se, a estrutura metálica cedeu e temos árvores em cima das vedações dos campos de ténis”, relatou João Salgado, presidente da direção do clube, dizendo não ser possível, para já, “quantificar o prejuízo”.

O Aveiro Padel dos Galitos também não escapou mas, embora tenha ficado apenas com “a estrutura dos campos 1 e 2 ‘Era Aveiro’ dobrada com o vento”, segundo um dos sócios do clube, João Nunes, as instalações já estão recuperadas e disponíveis.

O mesmo sucede no Star Padel de Coimbra, que, após substituir os vidros partidos de um dos seis ‘courts’, reparar as ligações do vidro de um segundo campo e fazer uma vistoria completa aos restantes, abriu portas logo na segunda-feira.

A passagem do furacão Leslie por Portugal, onde chegou como tempestade tropical, provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados.

A Proteção Civil mobilizou 8.217 operacionais, que tiverem de responder a 2.495 ocorrências, sobretudo queda de árvores e de estruturas e deslizamento de terras.

O distrito mais afetado pelo Leslie foi o de Coimbra, onde a tempestade, com um "percurso muito errático", se fez sentir com maior intensidade, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil.

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