“Eu tenho um compromisso que tenho de cumprir nos próximos dias e, portanto, só a partir de segunda-feira à noite é que será possível ir acompanhando ‘in loco’ a realidade”, afirmou o chefe de Estado.
Falando aos jornalistas à margem de uma visita à festa de Natal da Comunidade Vida e Paz, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa apontou que “bem pode acontecer, se isto se prolongar”, que tenha de “mudar a programação de 24 e 25, para acorrer a uma outra situação que se considere mais grave”.
“Eu espero que isso não suceda, eu esperaria que não sucedesse para não ter de acorrer a essa situação e poder manter a programação que tenho para 24 e 25 que, como sabem, envolve várias instituições sociais e outros programas que todos os anos faço”, declarou.
Perante a curiosidade dos jornalistas em saber quais os compromissos para os próximos dias, o Presidente da República disse apenas que “são compromissos institucionais” que terá de “cumprir nos próximos dias”.
“Só estarei em condições de visitar quando tiver disponibilidade para isso, o que deverá acontecer segunda-feira ao fim da tarde”, estimou.
Marcelo Rebelo de Sousa reiterou que tem estado em contacto permanente com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
"Eu tenho acompanhado em ligação permanente com o senhor ministro da Administração Interna. Antes de chegar aqui tinha acabado de falar com ele ao telefone e ele, o que me transmitiu, foi que não só estava a acompanhar a situação, como tinha informação de que o pico da depressão hoje se atingia até às nove e meia, dez da noite, depois tenderia a decrescer, que amanhã [sábado], em princípio seria menos grave a situação prevista do que hoje, e que tenderia a normalizar no domingo", explicou.
O chefe de Estado notou que "isto às vezes é mesmo imprevisível, porque não se previa que durasse tanto a depressão na sua fase aguda ontem [quinta-feira], não se previa que hoje houvesse este agravamento, só se passou a prever já muito tarde na madrugada de ontem para hoje".
O Presidente considerou que "isso torna muito difícil a intervenção dos autarcas, torna muito difícil tomar medidas para um período tão longo de tempo - uma coisa é durar um dia, outra coisa é durar três ou quatro dias".
"Mas a informação que me deu o senhor ministro da Administração Interna é que há uma preocupação de tentar minimizar as consequências daquilo que se vive, e de ter a convicção de que no domingo a realidade que se viveu ontem, de anteontem para ontem, ontem e hoje poderá estar ultrapassada", observou.
A passagem da depressão Elsa, em deslocação de norte para sul, provocou em Portugal dois mortos, um desaparecido e deixou perto de 80 pessoas desalojadas, registando-se entre quarta-feira e as 12:00 de hoje cerca de 7.000 ocorrências, na sua maioria inundações e quedas de árvore.
Num balanço feito ao início da tarde, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) referiu que os distritos mais afetados são Porto, Viseu, Aveiro, Coimbra, Braga e Lisboa.
O mau tempo provocou também danos na rede elétrica, afetando a distribuição de energia a milhares de pessoas, em especial na região Centro.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) tem hoje sob aviso laranja (o segundo mais grave) 12 distritos de Portugal continental e a costa norte da Madeira devido sobretudo à agitação marítima. Leiria, Santarém e Portalegre estão sob aviso laranja também devido às previsões de precipitação forte durante a tarde.
Pode consultar aqui todas as ocorrências e alertas.
O IPMA alertou para os efeitos de uma nova depressão, denominada Fabien, que atingirá Portugal no sábado, em especial o Norte e o Centro, estando previstos intensos períodos de chuva e vento forte de sudoeste, com rajadas que podem atingir 90 km/hora no litoral norte e centro e 120 km/hora nas terras altas.
Segundo o IPMA, os efeitos da depressão Fabien não deverão ter em Portugal continental a mesma intensidade do que os da tempestade Elsa, prevendo-se uma melhoria gradual do estado do tempo a partir de domingo.
(Notícia atualizada às 20h48)
Comentários