Neste momento, disse Raul Almeida, a prioridade é pressionar entidades com a EDP, Altice e operadores móveis porque o concelho está completamente isolado nestes setores.

“Estamos sem eletricidade, sem comunicações e sem internet”, disse.

Para comunicarem por telemóvel, por exemplo, os habitantes de Mira, no litoral do distrito de Coimbra, têm de se deslocar para o concelho vizinho de Vagos.

As comunicações da Câmara para os bombeiros estão a ser feitas via rádio.

Não há feridos graves, nem desalojados, mas há centenas de árvores caídas, constatou a agência Lusa numa volta pelo concelho.

A estrada que liga Poço da Cruz, Seixo de Mira à EN109, que passa pela zona industrial que há um ano foi atingida por um forte incêndio, está cortada junto ao cruzamento para Calvão, devido ao corte dos fios de eletricidade e comunicações que estão espalhados no asfalto.

Neste momento, não se encontra, pelo que a Lusa constatou e o presidente da Câmara confirmou, qualquer funcionário das operadores ou da EDP no terreno.

O presidente da Câmara relatou também a existência de muitas infraestruturas afetadas, muros caídos e prejuízos nas estufas agrícolas de plástico e na sinalética de trânsito e cartazes publicitários.

As 1.890 ocorrências registadas pela Proteção Civil dividem-se em 1.218 quedas de árvores, 53 movimentos de massas, 98 inundações, 441 quedas de estruturas e 75 limpezas de vias. A ANPC registou ainda 27 feridos ligeiros, três pessoas assistidas no local, 61 desalojados “devido a casas destelhadas ou quedas de árvores sobre habitações” e que conseguiram, maioritariamente, encontrar alojamento junto de familiares, não havendo “situações críticas” nesta matéria.

O responsável adiantou ainda que mais de 300.000 pessoas foram afetadas por cortes de energia, sendo o número de afetados mais reduzido neste momento, com o trabalho de reposição gradual realizado ao longo da noite.

O corte de energia, que afetou um total de 324.400 pessoas, de acordo com os números da ANPC, tem particular incidência nos distritos de Coimbra e Leiria.

A passagem do Leslie provocou ocorrências maioritariamente em Coimbra, Leiria, Aveiro, Viseu, Lisboa e Porto, por esta ordem quanto ao número de incidências.