Em comunicado, a Porto Editora admite que a logística estará “parada nas próximas semanas”, o que irá afetar o abastecimento “do retalho livreiro e livrarias online WOOK e Bertrand.pt”.

A avaliação preliminar feita pelos técnicos responsáveis aponta para prejuízos de “milhões de euros, estruturais e operacionais”, informou hoje a Porto Editora.

A empresa refere que se deu “início à avaliação dos danos e do impacto do incidente, que, tudo indica, foi provocado por um fenómeno climatérico extremo, provocando o colapso de toda a cobertura da unidade gráfica e de uma parte da cobertura da unidade logística”.

Salienta que os danos causados pelo referido fenómeno, que se verificou às 11:05 do passado dia 14 naquele local, causando três feridos ligeiros, “são de tal monta que tornam inevitável a demolição da parte gráfica, que foi inaugurada em 2000”.

Os trabalhos preparatórios estão a ser iniciados, ao mesmo tempo que se procede à retirada de toda a maquinaria.

“Após o processo de demolição e limpeza, iniciar-se-á a construção de uma nova gráfica na mesma área de 7.000 metros quadrados, obra que se prevê que esteja concluída até ao final do ano”, sublinha.

Esta realidade obrigará a Porto Editora a “um esforço suplementar na procura de soluções que deem resposta às suas necessidades de produção – para se ter uma ideia, na Bloco Gráfico, onde trabalham 80 pessoas, imprimiram-se, em 2017, cerca de 15 milhões de livros”, salienta.

O rescaldo do incidente permitiu identificar danos também numa das áreas de funcionamento da Zuslog, empresa responsável pela operação logística do Grupo Porto Editora que assegura o abastecimento do mercado livreiro, bem como a satisfação das encomendas registadas nas livrarias on-line WOOK e Bertrand.pt.

“Ainda que os danos sejam de menor monta, o facto é que impedem o funcionamento de toda a estrutura durante as próximas semanas, o que significa que a presença das edições do Grupo Porto Editora nas livrarias poderá ser afetada”, afirma.

Segundo a editora, também as livrarias on-line WOOK e Bertrand.pt “têm o seu funcionamento condicionado, facto que, aliás, já foi comunicado diretamente aos respetivos clientes, sendo que todos os esforços estão a ser envidados para ultrapassar esta gravíssima situação no mais curto tempo possível”.

Acrescenta que “em quase 74 anos de história, esta é uma das mais difíceis situações já enfrentadas pelo Grupo Porto Editora, que vem agudizar as grandes dificuldades que o setor do livro atravessa em Portugal – quer no plano editorial quer no plano das livrarias – e ensombrar ainda mais as perspetivas da evolução deste setor no futuro próximo”.