No discurso de abertura do debate parlamentar sobre a moção para a marcação de eleições legislativas antecipadas para o di 8 de junho, a líder do partido Conservador, e primeira-ministra, afirmou que esta é "a melhor forma de garantir a segurança e estabilidade que necessitamos para assegurar o melhor acordo para o Reino Unido nas negociações do ‘Brexit’ e aproveitar as oportunidades que se seguem".
A chefe do governo entende ser do "interesse nacional" realizar estas eleições agora, enquanto os restantes 27 Estados-membros da UE concertam a sua posição e as orientações para o ‘Brexit’.
Os líderes europeus reunir-se-ão em cimeira no dia 29 de abril, sendo esperado um documento com as orientações finais sobre o processo até ao final de maio.
"Cheguei à conclusão que a resposta para essa questão é organizar umas eleições agora, nesta janela de oportunidade antes que comecem as negociações", vincou.
Theresa May acusou partidos da oposição de se oporem e atrapalharem o trabalho do governo para o `Brexit´ e entende que as eleições servirão para clarificar e reforçar a posição do executivo.
Na sua intervenção, o líder do partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, tentou desmontar as intenções da líder dos ‘Tories'.
"A primeira-ministra disse que convocou as eleições para que o governo possa negociar o Brexit. Nós tivemos um referendo que determinou esse mandado e o parlamento votou aceitando o resultado", lembrou.
Segundo Corbyn, "não há obstáculos à negociação do governo, mas em vez de meter mãos à obra, a primeira-ministra finge estar prisioneira dos Liberais Democratas, que alegadamente disse que iriam travar o governo".
O líder do principal partido da oposição acusou os Conservadores de quererem usar o ‘Brexit’ para transformar o país "num paraíso fiscal de baixos salários".
Pelo contrário, afirmou, "o ‘Labour' investirá em todo o país para criar uma economia de salários altos e qualificações elevadas em que todos partilhem as recompensas".
Corbyn voltou ainda a desafiar a primeira-ministra para um debate televisivo durante a campanha eleitoral, o que Theresa May já descartou, alegando que a discussão das suas políticas será feita no terreno, com os eleitores.
Theresa May anunciou esta terça-feira a intenção de antecipar eleições, mas a lei de 2011 determina que, para interromper o mandato parlamentar de cinco anos, a proposta tem de ser aprovada por dois terços dos deputados.
O debate desta moção será concluído com um voto, que se espera que seja favorável graças ao apoio dos deputados do partido Trabalhista, garantindo assim o mínimo de 434 membros da Câmara dos Comuns.
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