Em comunicado enviado à agência Lusa, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) “considera incompreensível e lamentável que, face à dificuldade em recursos humanos médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Ministério da Saúde só tenha aberto 45 vagas para Médicos Assistentes Graduados Sénior na região Centro”.

“Estamos a atravessar uma fase de completo descontrolo de gestão de recursos humanos no SNS. O Ministério da Saúde, que se arroga ser defensor da prestação de cuidados de saúde, está a desprezar as carreiras médicas e a atratividade do SNS. O Ministério da Saúde está deliberadamente a dissolver o SNS”, afirma o presidente da SRCOM, Carlos Cortes.

As críticas do responsável surgem na sequência da publicação do Despacho n.º 10125-A/2021, que determina a distribuição de 250 vagas referentes à categoria superior de Assistente Graduado Sénior para todos os serviços hospitalares e centros de saúde do país.

“Ao contrário do que o Ministério da Saúde está a propalar neste despacho, lamentamos que sejam abertas tão poucas vagas, numa evidente demonstração de que o Ministério da Saúde não está verdadeiramente interessado em fixar médicos no SNS, em constituir equipas médicas consolidadas e em respeitar as carreiras médicas”, critica Carlos Cortes.

O presidente da SRCOM reprova o mapa, tendo em conta as vagas disponíveis para a região, uma vez que, das 250 vagas disponíveis a nível nacional, apenas 45 são para a região Centro.

Da análise do documento publicado em Diário da República aponta que em alguns hospitais, “como é o exemplo de Castelo Branco que tem apresentado dificuldades, não há uma única vaga” e, no Hospital da Guarda, “apenas existe uma única vaga”.

“Quem age desta forma não está interessado em resolver os problemas do SNS, pelo contrário, está a agravá-los”, considera o presidente da SRCOM.

Carlos Cortes assume na nota “perplexidade” por algumas especialidades hospitalares terem sido ignoradas neste concurso.

Na sua opinião, o Ministério da Saúde “continua a desprezar o contributo dos médicos em topo da carreira que são fundamentais para a sustentabilidade de todo o sistema, em termos organizativos, pelo contributo imprescindível em termos de formação especializada”.

“Não há capacidade de atração para o SNS, não há equidade, não há atenção para os locais mais carenciados da região. É lamentável que o Ministério da Saúde esteja a hipotecar o futuro do SNS na região Centro”, conclui.

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