“Quase uma em cada quatro pessoas estão subnutridas ou abaixo do peso e dezenas foram fechadas em pequenos espaços com apenas 0,7 metros quadrados por pessoa durante períodos de mais de uma semana”, refere um relatório da organização.
Segundo os MSF, existem mais de 300 refugiados, requerentes de asilo e migrantes detidos em Sabaa, incluindo mais de 100 menores de 18 anos.
“As pessoas detidas em Sabaa relatam que frequentemente passam vários dias sem qualquer comida. Os menores de 18 anos ali detidos estão especialmente vulneráveis, sendo 50% mais provável que se encontrem gravemente desnutridos e três vezes mais que se encontrem moderadamente desnutridos do que os adultos”, acrescenta o documento.
Os MSF referem que existem vários testemunhos de pessoas que recebem apenas uma refeição a cada dois ou três dias e que as novas chegadas ao centro podem esperar até quatro dias antes de receber qualquer alimentação.
“O que vemos no centro de detenção é sintomático de um sistema descontrolado, injustificado e imprudente que coloca em risco a vida de refugiados e migrantes”, afirma Karline Kleijer, chefe de emergências da MSF.
Karline Kleijer salientou que em causa estão necessidades básicas.
“Se alimentos, abrigo e serviços essenciais não podem ser fornecidos de maneira consistente e apropriada, as pessoas devem ser libertadas imediatamente pelas autoridades líbias. A Europa também está a contribuir para este sofrimento, através de políticas que permitem que as pessoas resgatadas no mar sejam devolvidas à força para condições de detenção desumanas na Líbia”, considera, salientando que esta situação é “inconcebível”.
O conselheiro de saúde dos MSF para a Líbia, Kees Keus, acrescentou que a situação é “extremamente preocupante”.
A organização MSF apelou às autoridades líbias e à comunidade internacional para resolverem de “forma urgente as condições desumanas e perigosas” que se verificam nos centros de detenção na Líbia.
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