Fernando Medina falava hoje no congresso anual da Ordem dos Economistas, intitulado “Portugal e os desafios do presente: o papel dos economistas e gestores”, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

“Temos que começar a preparar o que será o futuro do país num contexto pós-alargamento da União Europeia (UE)”, afirmou o governante, defendendo a importância da criação do fundo para o investimento estruturante pós-2026, anunciado durante a apresentação do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

Para Medina, este “constitui um dos principais desafios sobre o qual o país não tem refletido de forma suficiente e aprofundada” perante um “processo de alargamento que, a concretizar-se mais curto do que aquilo que foram outros processos de alargamento, irá mudar de forma muito significativa o mapa da União Europeia”.

“Desde as questões geopolíticas, em que um alargamento a leste reforçará naturalmente a inclinação a leste da União Europeia, mas sobretudo também do ponto de vista de todos os instrumentos de governação e financeiros ao nível da União”, disse.

O ministro das Finanças considerou que se pode contar que “os frugais continuarão a ser frugais e que as resistências a alterar o quadro geral das regras de financiamento serão, obviamente, uma grande dificuldade”.

“O impacto direto estimado do alargamento fará com que imediatamente Portugal altere a sua posição dentro do leque dos países, nomeadamente aqueles que beneficiam significativamente de fundos da política de coesão”, alertou.

Fernando Medina salientou que “só de forma aritmética, Portugal passará rapidamente para o topo dos países mais ricos numa União alargada”.

Segundo o governante, o processo de alargamento estará associado a uma integração da população “muitíssimo” significativa, ao mesmo tempo, na generalidade, “com rendimentos bastante abaixo da média da União”.