Numa mensagem no Telegram, o ex-dirigente russo afirmou que o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, depois de ter fugido “vergonhosamente do Afeganistão” e depois “arruinado a economia europeia”, entregando centenas de toneladas de armas à Ucrânia, “desencadeou uma guerra prolongada extremamente perigosa”.
“Como resultado disso, o regime de Kiev está a destruir os restos do seu país. Agora, tendo esgotado todos os recursos, [Biden] promete bombas de fragmentação e novamente tenta os neonazis em Kiev com a perspetiva da NATO, cuja concretização significa uma III guerra mundial”, afirmou.
Medvedev, recorrendo às suas habituais ameaças radicais e insultos, argumentou que a atuação de Biden serve para “dominar e limitar outros países”, descrevendo o estadista norte-americano como “um velho doente com demência grave”, que “não sabe o que está a fazer”.
“Talvez tudo seja diferente? Talvez […] ele apenas tenha decidido ir graciosamente, causando um Armagedão nuclear e levando metade da humanidade com ele para o outro mundo”, concluiu no seu ataque ao Presidente dos Estados Unidos.
Joe Biden disse que foi difícil, mas necessária, a decisão de enviar bombas de fragmentação para a Ucrânia, como parte do novo pacote de ajuda militar, já que “os ucranianos estão a ficar sem munições”, em plena contraofensiva contra as forças russas ocupantes.
O Presidente norte-americano, numa entrevista à CNN, destacou que não é uma decisão definitiva, mas que vai vigorar enquanto o país garantir o abastecimento suficiente de artilharia de calibre 155 milímetros (mm), amplamente utilizada pelos sistemas da NATO.
Na mesma linha, o subsecretário de Defesa norte-americana, Colin Kahl, em conferência de imprensa, garantiu que o envio de munições vai ser uma ponte enquanto os Estados Unidos da América e aliados europeus ampliam a produção de projéteis de 155 mm.
“Esta guerra é sobre munições, e eles [os ucranianos] estão a ficar sem munições “, disse o Presidente dos Estados Unidos numa entrevista que será transmitida na íntegra hoje.
Essas armas são proibidas em vários países, principalmente na Europa, signatários da Convenção de Oslo de 2008, da qual nem os Estados Unidos, nem a Ucrânia, nem a Rússia são partes e o seu envio para Kiev já mereceu amplas críticas, incluindo de membros da NATO.
A utilização de bombas de fragmentação é muito controversa porque as cargas que espalham podem não explodir imediatamente e causar muitas vítimas civis colaterais a prazo.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de fevereiro do ano passado, há precisamente 500 dias, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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